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Bloco Independente não vota LDO e veto governamental ainda tranca pauta na Aleac

A sessão de ontem na Aleac foi uma demonstração do clima que a casa vive desde que a oposição e Bloco Trabalhista Socialista se uniram contra a base governista. As votações do veto governamental ao projeto do deputado major Rocha (PSDB) e da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que deveriam ser realizadas ontem, foram adiadas para a próxima semana.

O relatório da LDO chegou a ser aprovado por 4 a 1 na Comissão de Finanças e Orçamento, apesar do voto contrário do major Rocha. Mas no plenário a LDO não  chegou a ser votada. A pauta estava trancada porque os deputados não analisaram nem votaram o veto governamental ao projeto de Rocha, que quer fixado em prédios alugados para o governo o valor e o nome do dono do imóvel.

O veto começou a ser debatido. Houve até discussão entre o líder do governo, deputado Moisés Diniz  (PCdoB), e o autor do projeto. Eles discordam quanto à transparência  do governo de Tião Viana. 

 A sessão, então, foi interrompida pelo deputado Luís Tchê, do Bloco Trabalhista Socialista. Ele pediu reunião para que o grupo discutisse a composição das Comissões da Casa com a presidência. O Bloco passa a ser o maior partido da Casa, com 4 deputados, e eles querem compor  as  Comissões.

A partir daí, ninguém se entendia mais na Aleac. Em uma sala se juntaram os 4 deputados do Bloco Trabalhista Socialista. Em outra, os deputados de oposição liderados pelo major Rocha. Na outra sala, a base governista. Cada grupo defendendo  seus interesses. A sessão foi interrompida por mais de uma hora e meia. Retomada apenas para ser encerrada.

Bloco Trabalhista – O Bloco Trabalhista avisa que não vota a LDO enquanto  a presidência da  casa não  recompor as Comissões. os deputados do Bloco querem  ter espaço nas Comissões de Constituição e Justiça e na de Finanças e Orçamento.

Tchê anuncia ainda que o Bloco não vai aprovar a LDO da forma  como ela está e diz que vai apresentar 5 emendas à Lei.  “Em Minas a LDO recebeu 91 emendas. No Rio  Grande do Sul, mais de 60. Porque no Acre não pode haver emenda á Lei?”, questiona o deputado. O  parlamentar  explica que  da forma como está a Lei  garante ao governo do estado a remanejar as verbas do Orçamento da forma como quiser. Ele quer reduzir de 30 para 10 por cento  a margem de manobra  do governo.

E mais: aumentar de 20 para 40% o limite da verba de contingência, o que aumentaria  os valores das emendas individuiais dos deputados. Atualmente são R$ 100 mil para cada deputado  e Tchê quer esse valor aumentado para R$ 500 mil para cada um dos 24 deputados.

Defensores Públicos na Aleac – Um grupo de defensores públicos foi à Assembleia ontem pedir apoio dos deputados para a aprovação da emenda do deputado Éber Machado, que aumenta de 0,58% para 1,5% do Orçamento anual do executivo. O presidente da Associação da categoria, Celso Araújo, reclama que “enquanto o Ministério Público, que é o órgão acusador, leva 2,5% orçamento, nós não ganhamos nem 1%”.

Éber Machado (PSDC) se comprometeu com os defensores de conseguir apoio junto aos colegas para garantir o aumento no percentual destinado à Defensoria Pública.

Líder do governo  diz que rocha está equivocado – Com relação ao veto no projeto de Rocha, o líder do governo na Assembleia, deputado Moisés Dinis diz que Rocha deve apresentar um anteprojeto de lei para que o mesmo possa ser analisado e aprovado. O deputado Rocha se equivocou. Da forma como está o projeto é inconstitucional.  E não discuto o mérito só a forma inadequada como ele foi apresentado. Esse tipo de proposição cabe ao executivo”.

No que diz respeito  ás possíveis emendas que serão apresentadas por Tchê à LDO, o líder do governo afirma que só se pronunciará quando  elas forem apresentadas no plenário da casa. “Pode estar havendo erros de interpretação porque a LDO é só  um apontamento de como dinheiro será investido pelo governo. O orçamento, que trata de fato dos recursos, só será votado em novembro”, conclui.

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