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Com determinação para enfrentar as dificuldades, escola na Capital do Acre adota modelo de inclusão e se torna referência

A Escola Estadual de Ensino Fundamental Clarisse Fecury, localizada no bairro de Santa Inês, periferia de Rio Branco, Capital do Acre, é considerada referência quando o assunto é o desenvolvimento de um modelo de ensino inclusivo. A instituição defende com todas as forças a concepção de educação para crianças com deficiência, seguindo à risca as orientações do Ministério da Educação, com muita dedicação e criatividade.

A política de acolhimento e respeito às diferenças vem sendo adotada desde a criação da escola, em 2004, com ênfase em um projeto pedagógico, que parte das ações de planejamento, prática em sala de aula e processo de avaliação dos estudantes. Tudo isso é possível graças, também, à mobilização da comunidade em torno da escola e a articulações com o Poder Público e organizações da sociedade civil.
À frente do processo desde o início, como diretora, e hoje assumindo a função de coordenadora de ensino, Iranildes Correia de Deus Saraiva, com formação em Pedagogia, explica que o método utilizado não foi pensado e, tampouco, adaptado de outra instituição. “Quando a escola foi formada, não tínhamos nenhuma experiência em lidar com crianças com deficiência. Não estávamos preparados. A partir da procura das mães, passamos a abraçar a ideia. Resolvemos atender a um público esquecido pela maior parte dos colégios”.

Neste momento, Iranildes e sua equipe buscaram apoio. “Procuramos apoio na Gerência de Ensino Especial, órgão vinculado à Secretaria Estadual de Ensino. Passamos a receber a visita de um professor itinerante, especializado em Educação Especial, para nos dar suporte”.

No decorrer do processo, a então diretora, utilizando seu perfil de liderança, sentiu que a ajuda desse profissional somente duas vezes por semana não era suficiente. “Por isso, promovemos cursos, oficinas, palestras, estudos de grupos e outras atividades sobre inclusão, não só para os professores, mas direcionado a todos os funcionários da escola. Os professores, especificamente, passaram a ser preparados dentro do processo de Educação Continuada, com ajuda das secretarias municipal e estadual”. O caminho para virar referência não foi fácil.

A situação começou a melhorar em 2008, quando a escola ganhou do Ministério da Educação uma sala de recursos multifuncionais. “A criança com deficiência passa um período desenvolvendo atividades neste local especializado e, na outra parte do dia, integra a sala de aula convencional, com os demais alunos. Afinal, sem essa iniciativa, não há inclusão”. Hoje, inclusive, a escola conta com uma cuidadora. “Temos uma técnica de enfermagem, que se dedica à higiene das crianças, arruma o material escolar e outras funções voltadas a esses alunos. Conseguimos isso graças à colaboração do Pró-Saúde, outro órgão ligado à Secretaria Estadual de Educação”. (Lucas Vasques/ Revista Sentidos)

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