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Comitê Popular promete marcha a Brasília pela ponte sobre o Rio Madeira

REUNIÃO-SOBRE-A-PONTE-DO-RICom o nível do rio Madeira descendo diariamente e ameaçando o Acre de desabastecimento, foi criado nesta segunda-feira, 27, em Rio Branco, o Comitê Popular de Luta Pela Construção da Ponte Sobre o Rio Madeira. Sindicatos, igrejas, associações de classe, deputados federais e estaduais fundaram a entidade, em reunião no auditório da Aleac, dispostos a organizar uma grande caravana até Brasília para cobrar a inclusão da obra no projeto de Orçamento para 2013.

A ponte, de 1.200 metros de extensão, deveria ter sido iniciada em 2011 no Distrito do Abunã, onde a rodovia BR-364 é interrompida pelo curso do rio. A obra já tinha orçamento reservado de R$ 56,2 milhões, mas foi cancelada duas vezes por liminares obtidas pelas empresas que perderam a concorrência e por um erro no projeto elaborado pelo Ministério dos Transportes. Neste ano a ponte foi incluída no corte de R$ 50 bilhões no orçamento determinado pela presidente Dilma Rousseff.

“Temos que unir as bancadas federais de Rondônia e do Acre, pois o rio passa dentro do estado vizinho, mas aparta o Acre do resto do continente. Agora, temos o argumento de que não somos mais o fim do Brasil, mas o começo da saída rumo ao oeste, para os portos do Pacífico e para a Ásia e Costa Oeste dos Estados Unidos”, argumenta o deputado Moisés Diniz (PCdoB) um dos articuladores do comitê.

A deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB), que vem acompanhando o projeto desde o início há oito anos, conta que a ponte estava com a construção praticamente garantida no último ano de mandato do presidente Lula em 2010. “A obra entrou no pacote de prioridades do PAC (Programa de Aceleração ao Crescimento), mas as empreiteiras derrotadas nos processos licitatórios apelaram e ganharam nos tribunais suspendendo a construção”, relatou.

Perpétua defendeu a inclusão no Comitê de órgãos fiscalizadores dos dois estados como os ministérios públicos, tribunais de contas, procuradorias estaduais, Ordem dos Advogados, Creas, e as organizações empresariais e sindicais. “Se não estivermos em cima, vamos assistir a um novo corte no orçamento e a suspensão da obra”, alerta Perpétua.

O projeto, segundo ela, está sendo corrigido no Ministério dos Transportes e já possui um rubrica no Orçamento da União, fruto de uma articulação conjunta com as deputadas Marina Raupp (PMDB), de Rondônia, e Vanessa Graziottin (PCdoB), do Amazonas, então integrantes da Comissão da Amazônia na Câmara Federal.

De acordo com a agenda elaborada pelo Comitê, uma nova reunião deverá ser realizada em Porto Velho para a criação de um comitê rondoniense de luta pela ponte e, em seguida, serão realizadas duas sessões temáticas, uma delas na Assembleia Legislativa de Rondônia e outra em Rio Branco. “Nós temos visto muito esforço de parlamentares federais pela construção desta ponte, por isso o Comitê vai juntar estes esforços a um componente popular, convidando os movimentos sociais, econômico e religioso”, explica Moisés. A caravana deverá ser realizada no fim de novembro ou começo de dezembro, quando o projeto de Orçamento da União estiver para ser votado.

O trecho sobre o Rio Madeira é o único ponto em que os veículos têm que fazer a travessia de balsa para chegar aos portos do Peru pela Rodovia Interoceânica Sul. No lado peruano, o governo substituiu as balsas por uma ponte sobre Rio Madre de Dios, um dos formadores do Madeira. (Agência Aleac)

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