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Estratégias de combate à malária do Acre representarão o Brasil em prêmio internacional

 Ser reconhecido internacionalmente por suas estratégias de combate à malária representando não só o estado, mas o país. Este é o desafio que o Acre recebe pelo segundo ano consecutivo na disputa pelo primeiro lugar na premiação da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) que deverá ocorrer até novembro. O anúncio da escolha do Acre foi feita na segunda-feira, 27, pela Opas ao Ministério da Saúde que informou à secretária estadual de Saúde, Suely Melo, e reflete a consolidação das medidas desencadeadas há seis anos para conter a endemia, característica de países tropicais e que vitima milhões de pessoas em vários países.

 A boa notícia é reflexo da redução gradativa da malária de forma especial na região mais atingida, o Vale do Juruá, onde as notificações chegaram no ano mais dramático, 2006, a 93 mil casos.  Os principais municípios afetados, Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Mâncio Lima, passaram a ser referenciados como o polo base de um trabalho de pesquisa e de ações parceiras entre o Estado, a Universidade Federal do Acre e a Fundação Osvaldo Cruz no combate à malária.

 A pesquisadora Nildimar Honório, da Fundação Osvaldo Cruz, participou da 7ª Reunião Estadual de Avaliação das Ações de Controle da Malária realizada no Acre em julho e avalia como de extrema eficácia o uso das estratégias usadas no Acre no combate e controle da doença, além da valorização e ênfase em capacitação de técnicos e profissionais que atuam diretamente na região. “A experiência do estado aproxima o trabalho científico dos saberes tradicionais”, disse.

 Exemplo no Brasil para a testagem, tratamento e acompanhamento da malária, o Acre saiu das manchetes negativas e segue rumo ao reconhecimento das práticas que poderão servir de exemplo também para outros países. Trabalho em equipe, diagnóstico precoce, resultado rápido, acesso a tratamento na rede pública de saúde, envolvimento da comunidade, distribuição de mosquiteiros impregnados, visitas domiciliares. “Este é o resultado de uma decisão política para o combate à doença e que continua como plano prioritário de gestão da Saúde. É um exemplo para todos nós”, explica a gerente do Departamento de Vigilância em Saúde, Izanelda Magalhães.

 Em setembro, uma equipe da Opas chega ao Acre para produzir um vídeo documentário sobre o trabalho desenvolvido no controle da malária. A organização ainda não informou quais serão os outros dois países que concorrerão com a experiência brasileira. Em 2011, o Acre conquistou o segundo lugar na premiação disputando com as práticas de Honduras e Nicarágua.  Atualmente, as notificações dos casos de malária registradas mensalmente no estado variam entre 920 a 1,2 mil. Em 2006, este número era de 12 mil notificações por mês, em média. 
 

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