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Greve da Ufac irá continuar; professores fazem protesto na Reitoria

 A Universidade Federal do Acre (Ufac) continuará em greve. O prazo para que acordos fossem realizados expirou ontem (31). Sem aceitar a proposta apresentada pelo Ministério do Planejamento, a categoria seguirá com a paralisação sem uma data para o fim.

 De acordo com Gerson Albuquerque, presidente do comando de greve da Ufac, a data era apenas uma estratégia do Governo Federal. “Ontem não foi o último dia. Se havia um ‘apocalipse’ foi o governo que marcou. Nunca marcamos essa data. Entramos em greve no dia 17 maio por tempo indeterminado. O governo tinha uma data, obrigatória em lei, para encaminhar ao congresso qualquer alteração nos salários dos servidores públicos. Eles trabalham com a tentativa de transferir as suas responsabilidades. Queremos deixar claro isso para a sociedade. É um mito criado. Faz parte da estratégia que eles estão usando, que é desmobilizar, criar confusão, mentir para tirar proveito da situação”.

 A categoria apresentou uma nova proposta para que a negociação, que já foi encerrada, tenha continuidade. “O governo já havia encerrado as negociações no início de agosto unilateralmente, de maneira extremamente autoritária, e continuamos, então, pressionando no sentido de uma negociação. Em 24 de agosto, apresentamos uma contraproposta concordando com os limites orçamentários. O movimento recuou, concordando com esse teto. A diferença é que eles focavam em determinados grupos da categoria. Cerca de 70% ficariam sem nenhum ganho, sem perspectiva de melhoria salarial até 2015. Distribuímos a malha salarial beneficiando a todos, concordando com o piso salarial proposto. Mas mantivemos uma postura de defender a autonomia da universidade, deixando claro que não vamos aceitar a constituição de nenhum grupo de trabalho para avaliar os professores. As universidades têm os seus próprios conselhos superiores e que devem elaborar normas para fazer essa avaliação”, explicou.

 Gerson afirma que a categoria aguarda o apoio da reitora Olinda Batista. “Aqui na Ufac a reitora, em uma atitude extremamente complicada, passou a fazer o jogo do Ministério da Educação (MEC), pressionando os professores. Ela chegou a marcar uma reunião do conselho universitário para discutir a reorganização do calendário. A assembleia geral repudiou isso claramente e ela suspendeu a reunião. Entregaremos a nossa contraproposta para que a Olinda fique sabendo o teor do que estamos discutindo com o governo, pois, pelo visto, ela não sabe. Esperamos que ela possa ter uma posição coerente, no sentido de defender a autonomia e as universidades”.

 Agora, a categoria tenta o apoio do Senado e irá aguardar a reposta do Governo Federal. “Estamos esperando a resposta do governo acerca da nossa proposta. Na última quinta houve uma audiência pública em Brasília, onde vários senadores manifestaram uma posição favorável, no sentido do governo reabrir as negociações e voltar para a mesa com o nosso sindicato. É um grande prejuízo para a sociedade essa queda de braço. Nada mudou e, por conta disso, vamos continuar a greve por tempo indeterminado”, concluiu Gerson.

 

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