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Mercados do interior são mosaicos da produção acreana

Feira2508É tempo de fartura nos mercados do interior. Um verdadeiro mosaico da produção acreana. Tem peixe, novidades com relação à farinha de mandioca, frutas e verduras e muito açaí. Com a abertura da BR 364 entre a Capital do Estado até Cruzeiro do Sul, durante todo o ano, os produtores e comer-ciantes ganham um fôlego novo para plantar e colher. Em cada mercado, uma festa para os sentidos: são cores, cheiros e gostos dos mais variados.

No Mercado Municipal de Cruzeiro do Sul tem a tradicional farinha de mandioca com algumas opções: com e/ou sem coco (que deixa o produto mais crocante e adocicado) e com e/ou sem açafroa (que deixa a farinha amarelada). O famoso biscoito de goma é o produto mais vendido por lá depois da farinha.

Adel Abdala Antum, o homem dos óculos preto que está no mercado há 30 anos, conta que vende uma média de 5 toneladas de farinha por mês e até 100 latas de biscoito. O produto, segundo ele, vai para vários estados e já foi para o exterior. “Vem muita gente para Cruzeiro de outros países e todos levam a farinha e o biscoito. Gente da Alemanha, Portugal, EUA, etc”.

No mercado sul cruzeirense há também produtos de Porto Walter, como as vassouras de cipó e de piaçava. De Marechal Taumaturgo, são mais de 20 tipos de feijão, como o manteiguinha, o peruanos, o de praia, de arranco, o branco, o ‘arromba homem’ e vários outros. A estimativa é de que haja mais de 70 tipos de feijão no Vale do Juruá, principalmente em Marechal Taumaturgo, no Alto Juruá.

Em Tarauacá tem uma novidade: a farinha de biju, que os produtores e vendedores chamam de ‘milhito’. O diferencial, segundo o produtor Francisco Leandro, é a forma de torrar a farinha, feita a partir do biju, uma espécie de tapioca mais dura. Ele diz que vende cerca de 120 Kg de farinha por dia. A advogada Elvira Tomé conta que sempre que passa em Tarauacá pára para comprar a farinha ‘milhito’, mesmo que o produto seja 1 real mais caro do que o tradicional. “A farinha de biju é muito mais leve”, avalia ela.   

Em Tarauacá tem também muita variedade de peixe. Peixe de escama e de couro de vários tamanhos. Todos dos rios da região, como o Envira e o Tarauacá.  Tem muito  mandi, pacu e enormes pintados. O preço do quilo varia entre R$ 4,00 e R$ 8,00 metade dos que são praticados em Rio Branco.

No mercado municipal de Feijó, há frutas como abacate e melância e os gigantes jerimuns caboclos, plantados na praia, junto com as melâncias. Mas o destaque é mesmo o açaí, o produto mais tradicional de Feijó. Nos mercados, o vinho da Amazônia está exposto com preços que variam entre R$ 3,50 a R$ 4,50. O vendedor José Roni compra o açaí de extrativistas dos rios Juruparí e Envira ao longo da BR 364. Além de vender cerca de 500 litros por dia em Feijó, manda o produto para Rio Branco. Envia 2 mil litros do vinho por semana para lanchonetes e supermercados da Capital. Ele diz que a safra maior de açaí acontece na época das chuvas. Mas explica que durante todo o ano é possível encontrar o produto na floresta e localidades ribeirinhas da região.

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