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Plasacre tem dificuldades de manter capital de giro

A Eletrobras Distribuição Acre interrompeu ontem pela manhã o fornecimento de energia elétrica da indústria Plasacre por falta de pagamento. De acordo com o empresário Eder Paulo dos Santos, um dos sócios do empreendimento, a situação é consequência de uma série de problemas que tem como causa ‘a falta de fundo de caixa’. Os 70 funcionários estão com salários atrasados e parte da renda dos 150 catadores de plástico de uma cooperativa está comprometida.

“Não falo sobre a situação da empresa com os clientes”, pontuou o empresário Eder Paulo, sem dar detalhes sobre quais contratos não teriam sido cumpridos. A não garantia de volume mínimo de compras teve como resultado um acúmulo de insumos. Sem fluxo de caixa, os custos fixos foram crescendo.

Um dos maiores ‘clientes’ da Plasacre é o Governo do Acre, que recebeu o empreendimento com festa em fevereiro deste ano, durante a inauguração do Novo Distrito Industrial em Rio Branco. O investimento de R$ 17 milhões tem R$ 8 milhões financiados pelo Banco da Amazônia.

“Não se pode montar uma empresa pensando apenas em governo”, afirmou o secretário de Estado de Pequenos Negócios, José Carlos Reis da Silva.

A Secretaria de Estado de Pequenos Negócios acionou o Sistema de Registro de Preços para a aquisição de mangueiras pra irrigação de pequenas hortas comunitárias e caixas para transportes de verduras. Tudo feito de plástico.

Na relação entre a Plasacre e o governo, o Sistema de Registro de Preços é o mais adequado porque é menos burocrático (embora respeite a lei que normatiza licitações) e trabalha com foco na demanda e oferta de produtos (ou serviços).

Não ficou bem explicado por que motivo à comercialização emperrou. “A proposta de trabalho da Plasacre é excelente. Afina-se com o nosso projeto de governo e tenho certeza de que esse problema será superado”, afirmou o secretário de Estado de Pequenos Negócios, José Carlos Reis da Silva. “Isso é passageiro”.

O ‘Registro de Preços’ feito pela Sepn permite que outras instâncias de governo ‘peguem carona’ e demandem da empresa produtos que necessitem. Mas, isso não foi feito.

A unidade de produção da Plasacre no Novo Distrito Industrial tem capacidade de reciclagem e processamento de até 500 toneladas de plástico por mês. Estava operando com processamento de 120 toneladas.

Caixas d’água
A direção da Plasacre estima que a situação se normalize no início do próximo mês. E arrisca boa parte de novos investimentos na produção de caixas d’água. “Vai ser o carro chefe”, adianta  Eder Paulo dos Santos. “Quero produzir com preço 20% abaixo do praticado no mercado”. Uma máquina avaliada em R$ 1,3 milhão foi comprada especificamente para produzir caixas d’água. Inicialmente, serão feitas unidades de 310 litros, 500 litros e 1.000 litros. Em uma provável 2ª etapa serão criadas linhas de produção de 5 e 10 mil litros.

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