Com faixas nas mãos, policiais federais em greve realizaram, na manhã de ontem (9), uma passeata até a Assembleia Legislativa. Eles expuseram aos deputados estaduais as reivindicações e buscaram o apoio dos parlamentares. Um novo diretor e faixa remuneratória de acordo com o nível superior são as reivindicações impostas.
De acordo com Guilherme Delgado, presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Acre (Sinpofac), na próxima semana uma reunião está marcada para o começo das negociações. “Na quarta-feira, foi assumido o compromisso de que nossa proposta fosse levada à presidência. Ao mesmo tempo, tivemos um agendamento do Ministério do Planejamento agendando a nossa reunião para o dia 15. Provavelmente, as tratativas do ministro da Justiça com a presidência serão repassadas para nós em forma de proposta de reestruturação salarial”.
Os policiais avaliam bem a paralisação. “Acreditamos que a nossa greve de alerta foi útil, na medida exata em que precisávamos. Ela forçou o governo a se movimentar para nos dar uma resposta. Estamos confiantes de que resultados positivos sejam obtidos. Com o movimento forte e unido nas 27 unidades da federação foi possível mobilizar”, afirmou Guilherme.
Caso as negociações não sejam atendidas, a greve poderá ser, por tempo indeterminado, causando um grande transtorno. “Ao final da atividade na Aleac, realizamos uma assembleia e suspendemos o movimento. Como as respostas estão sendo sinalizadas positivamente, vamos aguardar a reunião. Se não atenderem as nossas reivindicações, poderemos retornar à greve. Esperamos não ser necessário paralisarmos por tempo indeterminado. É um custo não só para a população, mas para nós também. Iremos evitar essa possibilidade ao máximo possível”, disse o presidente.
O senador Sérgio Petecão esteve presente na mobilização para dar apoio aos policiais federais. “Entendemos que o trabalho da Polícia Federal é de fundamental importância para o nosso país. É uma das instituições mais respeitadas. Trabalha sério. Sou testemunha do trabalho que a PF faz na Amazônia, principalmente no Acre, que é fronteira com o Peru e Bolívia, países produtores de drogas. Já apresentei uma proposta de emenda constitucional para que o orçamento da PF não seja contingenciado. Preocupo-me muito quando vejo estes guerreiros parados. Isso significa que a droga está entrando no nosso país. Estou prestando meu apoio e estarei disposto a ajudá-los”, finalizou.
Policiais federais são recebidos por Tião Viana
O Sindicato dos Policiais Federais do Acre buscou o apoio do governador Tião Viana ontem, 9, para o movimento grevista da categoria. Os policiais deixaram claro que não buscam aumento, mas uma readequação da estrutura da carreira.
Somente em 2011 o Governo Federal reconheceu, após 11 anos de luta, que a Polícia Federal tem cargos com nível superior, mas a remuneração continua equivalente aos cargos de ensino médio até hoje, e é por isso que a categoria está brigando. “Sabemos que o governador Tião Viana é muito respeitado dentro do país e gostaríamos que ele nos apoiasse, levasse isso pra frente. É um apoio muito importante”, disse Guilherme Delgado, presidente do Sindicato no Acre.
Tião Viana se comprometeu em apoiar a causa e en-viar um posicionamento ao Ministério da Justiça. “Farei isso com o maior prazer. A Polícia Federal é um orgulho para nós”, comentou. Os policiais lutam para que os salários de nível superior sejam equiparados a de outras categorias federais. “Um exemplo são os analistas da Ancine, Agência Nacional do Cinema, que têm o piso inicial maior que o nosso teto máximo, que o maior salário pago para um policial federal ao atingir o topo da carreira”, explicou Delgado. (Agência Acre)