O subprocurador de Justiça do Acre, Sammy Barbosa, disse esperar que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) esteja atento a tudo o que acontece com o preso Hildebrando Pascoal. Ele enviará ao Conselho as reportagens em que a juíza Luana Campos fala sobre a possibilidade de Hildebrando poder fazer tratamento de saúde em casa, caso o Estado não providenciasse os meios para que o preso pudesse ser tratado de forma adequada no sistema prisional. Ele afirma que não chegou a denunciar formalmente a titular da Vara de Execuções Penais (Luana Campos) ao CNJ, mas conversou pessoalmente com os juízes auxiliares do CNJ sobre o caso.
Em coletiva à imprensa nesta terça, Sammy disse que não quer criar uma guerra entre instituições, mas reiterou a preocupação com a possibilidade de Hildebrando Pascoal ser solto antes do tempo. Explica que somente a Junta Médica Oficial do Estado poderá se manifestar quanto ao real estado de saúde de Hildebrando e de que forma ele poderá ser tratado. “Conversei hoje com a doutora Luana, a quem considero uma profissional competente, e não quero criar uma guerra institucional”, declarou.
Sammy diz que não teme pela própria vida caso Hildebrando seja solto. Respondendo a pergunta da repórter Ângela Rodrigues, da Contilnet, o procurador nega que o Ministério Público esteja agindo para evitar a todo custo que Hildebrando seja posto em liberdade. “Não queremos nem uma vírgula a mais, nem a menos pra Hildebrando Pascoal”.
O procurador, que participou de todas as investigações que culminaram com a prisão de Hildebrando e vários outros policais civis e militares, diz que o ex coronel e ex deputado Hildebrando Pascoal é líder de uma facção criminosa, condenado por vários crimes, como assassinato e narcotráfico, e que o povo acreano não deve esquecer os casos escabrosos em que o ex militar esteve envolvido.
Sobre o uso das algemas em Hildebrando, Sammy diz que a Lei prevê o uso delas em alguns casos e é isso que deve acontecer. Com relação ao julgamento de Hildebrando no caso da motosserra, Sammy reitera que o Ministério Público teve de fazer recurso para garantir que o Código de Processo Penal fosse cumprido com relação a prazos. Mas volta a afirmar que o juiz do caso não agiu ‘amedrontado por Hildebrando Pascoal’. Sammy repete que “não quer guerra com o judiciário acreano”.