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Superintendente do Trabalho e Emprego no RS diz que trabalho escravo em seu estado é ‘incipiente’ se comparado com o do Acre

trabalho-escravo condições-Após receber denúncia de que grupos de 175 haitianos estariam sendo postos para trabalhar sob condições análogas à escravidão no Rio Grande do Sul, a superintendente do Trabalho e Emprego (SRTE) naquele Estado, Inez Malcum Rospide, afirmou que a prática de ‘trabalho servil’ no RS é incipiente se for comparada a de estados como o Acre e outros 2 locais do Norte. De acordo com ela, os casos de lá, no estado gaúcho, são poucos e isolados, não entrando em maiores detalhes do perfil dos casos no Acre e outros estados da região.

“No Rio Grande do Sul, o trabalho escravo é muito incipiente comparado a Estados como Acre, Pará, Rondônia. Existem tipificações para se considerar trabalho escravo como serem trazidos de outras cidades, estarem alojados em condições precárias, jogados em uma casa pequena. Esses são muito poucos casos no RS”, declarou Inez Rospide. A superintendente não deixou claro, no entanto, qual o perfil desses trabalhadores vítimas do trabalho escravo na região.

As denúncias dos haitianos foram repassadas à superintendente gaúcha da SRTE por um relatório da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do RS. Elas dão conta que eles estariam sendo explorados nas cidades de Gravataí, Sarandi, Porto Alegre, Vale Real, Marau, Bento Gonçalves e Caxias do Sul. Inez se comprometeu a apurar as denúncias no relatório.

Vale destacar que estes haitianos que estão trabalhando no RS entraram pelo Brasil pelo Acre e pelo Amazonas. Eles se legalizaram para poderem trabalhar no país e seguiram para o sul. No entanto, nos estados sulistas, aparentemente, eles não estão tendo o final feliz que tanto sonharam.

Greve de fome em Iñapari – Além dos 175 haitianos supostamente ‘explorados’ no Rio Grande do Sul, outro grupo destes imigrantes, este de 105 pessoas, viraram notícia – negativa – ontem pelo seu sofrimento na cidade peruana de Iñapari, na divisa com Assis Brasil. Os haitianos estão morando lá em condições precárias, sem poder entrar no Brasil (porque são ilegais. Saíram de seu país sem pedir visto de entrada no Brasil) e nem têm dinheiro pra voltar para casa. Por tal situação instável, quatro deles teriam deflagrado uma greve de fome na última quarta (29).

Em protesto, eles teriam até colocado colchões na frente da ponte binacional que liga Iñapari a Assis Brasil, mostrando que estavam dispostos a dar as suas vidas pra resolverem sua situação. Eles teriam sido retirados ontem, uma vez que as normas do Peru não ‘aceitam’ manifestações públicas. Os haitianos teriam sido transportados para a cidade de Ibéria, vizinha de Iñapari.

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