O Cemitério Municipal São Francisco de Xavier, localizado em Senador Guiomard, distante 25 Km de Rio Branco, continua usando ‘lixão’ para enterrar mortos. O cemitério perdeu grande espaço para a erosão que avança em direção aos túmulos e sepulturas. Para tentar resolver o problema, a comunidade do município se reuniu no ano passado, em assembleia com representantes da Câmara Municipal, e escolheu a área de terra onde seria construído o novo cemitério.
Só que, de acordo com informações, a área escolhida não teria sido desapropriada pelo então prefeito James Gomes, hoje candidato à reeleição. Sem espaço para abrir novas sepulturas, a administração municipal decidiu derrubar o muro e avançar cerca de 50 metros, usando uma área do antigo ‘Lixão’.
O avanço sobre o lixão, que seria uma medida paliativa, tornou-se definitivo e revoltou familiares que tiveram sepultados seus mortos em meio ao lixo. Na tarde de ontem, 21, a família da dona de casa Terezinha Lima, 52 anos, morta por câncer, passou pela segunda vez em uma semana pela experiência de enterrar 2 parentes no lixão.
Cinco covas estavam abertas quando o corpo de Terezinha chegou ao cemitério. Sem saber que a cova teria sido aberta no local onde funcionou o lixão, os parentes só se deram conta da cena macabra quando ela já se repetia pela segunda vez. Isso porque, no último domingo, 19, a idosa Alice Lima, 78 anos, mãe de Terezinha, foi enterrada no mesmo cemitério. Sobre a sepultura, era possível ver restos de usos, sacos plásticos e garrafas pet misturadas à terra mexida.
A reportagem de A GAZETA tentou contato telefônico com o secretário de Administração de Senador Guiomard, identificado pelo nome de Silmar. Ele alegou não ser o responsável pela administração do cemitério, apontando o secretário de Obras, de nome ‘Lauro’, como sendo a pessoa indicada para falar sobre o assunto.
Também por telefone o secretário Lauro ‘passou a bola’ de volta para a Secretaria de Administração. Por fim, nenhuma autoridade do município quis se responsabilizar ou esclarecer quem teria autorizado enterrar mortos em um local onde já funcionou o ‘Lixão’ da cidade.