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Funtac, uma bela história

Uma instituição de atividades consequentes para o meio social e econômico, inevitavelmente está fadada a se tornar um patrimônio do governo e de seu povo. Este, sem dúvida, é o caso da Fundação de Tecnologia do Acre, a Funtac, instituída há 25 anos pelo deputado federal Flaviano Melo, quando governador do Estado.

Na verdade, o embrião da Funtac nasceu durante o governo de Nabor Júnior, quando um grupo de engenheiros, entre eles Gilberto Siqueira, Tião Menegazo e Maria Alice iniciaram a discussão para a criação de um laboratório da madeira. Os três fizeram um curso de especialização em madeira no campus da USP, em São Carlos.

O engenheiro Gilberto Siqueira, em seu retorno deixou a secretaria de Obras e se transferiu para a secretaria de Indústria e Comércio, onde desenvolveu a instalação do Laboratório de Madeira, com todo o apoio do secretário da pasta, Adalberto Aragão.

Ainda no período de transição do governo de Nabor Jú-nior para o de Flaviano Melo, Gilberto Siqueira procurou o futuro governador para discutir a questão do laboratório de madeira e seu desenvolvimento. Da conversa entre ambos nasceu a decisão de Flaviano Melo de ir mais longe neste assunto, e ele, então, criou a Fundação de Tecnologia do Acre, a Funtac e, nomeou, para a primeira diretoria, Gilberto Siqueira como presidente, Sérgio Nakamura e Jorge Viana como diretores, este último recém formado, e que, mais tarde, como governador, também teria espe-cial carinho pelo novo órgão.

A decisão de Flaviano Melo foi motivada pela percepção que ele tinha, naquele momento, da conjuntura internacional, quando países importantes da Europa, da Ásia, e o próprio Estados Unidos, já estavam se voltando para a questão do meio ambiente. Não por outra coisa, quase que simultaneamente à criação da Funtac, ele também criou o IMAC e a secretaria de Meio Ambiente.

A exploração racional de madeira, matéria prima em abundância no Acre ganhou prioridade. O governador Flaviano Melo e o engenheiro Gilberto Siqueira buscaram financiamento internacional. Eles foram ao Japão e defenderam o projeto junto ao ITTO – Internation Tropical Timber Organization e conseguiram seus objetivos.

A viagem ao Japão garantiu o projeto Antimari, algo inovador na Amazônia, pois a garantia de exploração de madeira, no seio da região amazônica, com a preocupação da sustentabilidade e da extração racional, sem dúvida, se constituía em um aval para o mundo, de que a floresta seria preservada.

Já nos primeiros meses de existência da Funtac, o governador Flaviano Melo estabeleceu um convênio com a Cohab e desenvolveu um projeto de casas em madeira. As primeiras casas de madeira foram construídas no conjunto Universitário, como testes, e estão lá até hoje.

Mas, o grande primeiro projeto que se consolidou e mostrou que a Fundação de Tecnologia do Acre veio para ficar, foi o conjunto Adalberto Sena, todo feito em casa de madeira projetada pela Funtac, e que se constitui, até hoje, em projeto de casa popular mais barato já feito pelo Sistema Nacional de Habitação.

Este mérito, ninguém tira da Funtac.

Nem de sua história neste um quarto de século.

E uma bela história, diga-se de passagem.

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