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Não fuja para as montanhas. Use filtro solar

Todos têm um lugar ao sol certamente e, justo por isso, todos estão buscando um lugar à sombra pra se proteger da incidência brutal de sua luz e calor. Digo brutal, porque em um dia de sol forte a sensação térmica é tão elevada que dá a impressão de que a temperatura é maior. Bem maior. É possível fugir por algumas horas, é possível adiar compromissos, inventar desculpas pra não sair de casa, abusar de óculos, chapéus e sombrinhas, mas não podemos escapar por muito tempo. E o mal-estar causado pelo calor pode ser insignificante diante de outros problemas causados pela exposição, direta ou indireta, ao sol.

Os problemas de saúde que podem ter origem na incidência do sol são inúmeros. O pterígio, por exemplo, doença ocular que pode ter como causa raios ultravioletas ocorre muito mais nas regiões quentes, como Norte e Nordeste. E um perigo silencioso que vem se alastrando rapidamente: os cânceres de pele. Não é brincadeira, nem piada, nem um alerta banal: vamos usar filtro solar! Vamos usar muito mais filtro, bloqueador e protetor solar. Escrevo isso pra mim e pra vocês.

Um depoimento de uma colega de trabalho na última semana me deixou muito impressionada. Ela tinha apenas uma mancha na pele e com o diagnóstico precoce feito aqui mesmo no Acre descobriu ser um melanoma, o mais agressivo tipo de câncer de pele, retirado a tempo de se espalhar. Isto não significa que toda mancha seja mela-noma e que to-do sinal seja indício de câncer, mas vamos ficar atentos.  Também não significa que todos devem correr pras unidades de urgência e emergência em busca de um diagnóstico, por simples paranoia, ou para as montanhas com medo de saber a verdade.

Ser o mais realista possível nesses casos ajuda bastante. O que quero dizer é que é preciso prevenir. Nosso contato com o sol não acontece apenas durante alguns meses do ano. Durante todo o ano, mesmo no período de chuvas na Amazônia, ele surge a brilhar soberano. Nem é preciso ser a moça do tempo, meteorologista ou cientista pra saber que a camada de ozônio, o filtro natural que protege o planeta dos raios nocivos emitidos pelo sol, está ficando cada vez menos espessa e que quanto mais o tempo passa, mais esses raios nos atingem diretamente.

Então se o filtro natural está sendo destruído, nos resta reforçar o filtro solar, esse lindo. Muitos derretem no rosto, na pele, na roupa, logo após ser aplicado por causa da intensidade do solzão lá fora. O preço não é camarada e não sei se há mobilização social ou política pra que este produto seja item de primeira necessidade nos estados/países onde o sol é mais intenso. Investir em prevenção sai muito mais barato que gastar com tratamentos, grande novidade.

Talvez em algum lugar, alguém esteja discutindo este assunto agora e nós nem sabemos. Há algumas décadas começamos a prevenir vermes. Há alguns anos passamos a prevenir cáries. Agora é a hora de prevenir as doenças que afetam o maior órgão do nosso corpo: a pele. É bom evitar os horários mais intensos do sol, excesso de bronzeamento artificial, proteger-se com óculos escuros (com lentes contra os raios UV), usar sombrinhas, bonés, chapéus, cada um à sua maneira, mas de todas as maneiras: usar filtro solar! Também vou usar e suar mais, é claro. Melhor nos encontrarmos derretendo em suor e cremes do que nunca mais nos vermos. Então, hasta la vista, babies.

* Golby Pullig  é jornalista
Email:golbypullig@gmail.com
Twitter: @golbypullig

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