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Uma mão lava a outra

Mais um episódio entre assessoria/assessorado/imprensa me deixou bastante chateada essa semana. Se eu não me engano, isso até foi tema de outro artigo meu. Essa novela, a cada dia, parece que nunca irá ter fim.
Segunda-feira passada, dia 17, procurei um órgão público com o objetivo de fazer uma entrevista com o diretor do lugar para esclarecimentos de um problema que estava ocorrendo. Pedi para falar com o indivíduo e a assessora informou que ele estava em uma reunião, mas que podíamos (eu e o fotógrafo) aguardar que ela iria informá-lo. Esperei cerca de uma hora e acabou a reunião. Eu pensei “Ufa! Agora ele vai nos atender…”. Engano meu.

TODAS as pessoas que estavam na reunião saíram da sala. Peguntamos “Cadê o ‘fulano’, ele vai nos atender?”. A assessora disse que a reunião não havia acabado. Indagamos se ele sabia da nossa presença, que estávamos aguardando há algum tempo e simplesmente ela respondeu: “mesmo se souber que vocês estão aqui, ele não irá recebê-los. Ele não quer falar com a imprensa”.

Nesse momento minha paciência foi até à China e ficou por lá. Como assim? A assessora tem medo de falar pro ‘chefinho’ que a imprensa quer entrevistá-lo? Para tudo! Com milhões de outras coisas para fazer, ficamos feito “abestados” esperando para nada… O mais interessante foi que, no mesmo dia ao assistir um telejornal, vi o dito cujo dando uma entrevista, todo pomposo diante às câmeras.

Isso é uma falta de respeito. Quer dizer que, quando os órgãos precisam da imprensa para dar esclarecimentos ou “limpar a barra” nós servimos? A resposta é sim, sabe por que, caro leitor? No outro dia recebi um e-mail da assessoria do lugar convidando para uma coletiva de imprensa. Muito bonito, né?

Se hoje precisamos da sua ajuda, amanhã você pode precisar da nossa também. O “uma mão lava a outra” tem que funcionar aqui. Temos o dever de informar à população sobre tudo que acontece ao nosso redor, mas sem informações fica um pouco difícil.

Além disso, pessoas preparadas devem estar nos órgãos para trabalhar. Muitas vezes, escolher alguém para ocupar um cargo de importância pelo QI (Quem Indica) não é uma boa. O ego vai às alturas, as pessoas esquecem que o mundo gira e que cargos comissionados têm prazo de validade.

Fica a reflexão. Tanto como o jornal quanto os órgãos públicos estão à serviço da população. Prepotência e arrogância não leva a nada.

Evely Dias é jornalista. E-mail: evelydias@gmail.com

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