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Governo Federal e Prefeitura de Rio Branco reforçam feiras para proteger produtores

SecomprefeiturariobrancoO Ministério do Desenvolvimento Social e combate à Fome e a Prefeitura de Rio Branco inauguram nesta semana 4 feiras populares. Elas estarão localizadas nos bairros Santa Inês, Calafate, Sobral e João Eduardo (ver quadro) e devem envolver, cada uma, até 20 famílias de agricultores. A feira de produtos orgânicos será revitalizada. Ela acontece às sextas e sábados nas imediações do Mercado Elias Mansour e do Terminal Urbano (embaixo do pé de apuí).

 “Essa é uma política do Governo Federal e da prefeitura que media a relação direta entre o produtor e o consumidor”, afirma o secretário de Agricultura e Floresta de Rio Branco, Mário Jorge da Silva Fadell. O ponto crítico do programa é identificar o local ideal para a realização da feira. O espaço deve reunir público consumidor que dê volume às vendas, mas também atenda as necessidades das famílias mais pobres que não têm condições de frequentar supermercados. “Nem sempre acertamos e aí, nós mudamos de local, sem problemas”, pontua o secretário Fadell. E o público acreano sabe bem distinguir essas duas formas de venda.

 A feira do mercado Elias Mansour (Centro) e a feira do Manoel Julião são centros consolidados de venda de produtos regionais e se desenvolveram tendo, ao lado, supermercados de grande porte (para os padrões locais). “Tanto um quanto o outro se beneficiam”, avalia Fadell. Alguns técnicos com quem a equipe do Acre Economia conversou avaliam que a lógica de mercado levada ao extremo pelo gerenciamento dos supermercados não apenas desvaloriza o trabalho do agricultor local: desestimula a consolidação de pequenas cadeias produtivas que geram renda e garantem segurança alimentar das famílias na área rural.

“Os supermercados devolvem e não pagam as unidades dos produtos não vendidos e o prejuízo fica com o agricultor”, relatam. Outra característica própria do abastecimento dos supermercados é a margem de lucro. Há casos de produtos que são comprados por um preço do produtor e vendidos cinco vezes mais caros. Naturalmente, a contabilidade e os custos fixos que um supermercado possui são bem mais elevados. “Mesmo assim, é preciso observar que os produtores locais conquistaram espaço, mesmos nos supermercados mais sofisticados da cidade”, avalia o secretário de Agricultura e Floresta de Rio Branco, Mário Jorge da Silva Fadell. “Lembremos qual era o espaço de hortifrutigranjeiros nos supermercados há 10 anos e comparemos com o atual espaço”.

Atualmente, há 14 feiras espalhadas pela cidade de Rio Branco. O que ainda falta é uniformidade de infraestrutura e um padrão mínimo de atendimento, respeitando as peculiaridades de cada lugar que fazem de cada feira um lugar exclusivo. “É preciso resgatar a cultura da feira”, diz Fadell. A Secretaria de Agricultura de Floresta de Rio Branco (Safra) estima que a Capital pode abrigar hoje algo em torno de 40 feiras populares. Estuda-se, por exemplo, a venda de pescado (atualmente, nenhuma oferece condições de venda, de acordo com o que estabelecem as normas do Ministério da Agricultura para esse tipo de comercialização).

Mercados – Há outro gargalo que ainda não foi resolvido pelo poder público municipal. Há vários bairros (inclusive com conjuntos habitacionais recentemente inaugurados pelo Governo do Estado) que possuem razoável número de consumidores com um cinturão verde ao lado. São consumidores que estão praticamente ao lado dos produtores, mas sem um entreposto comercial que viabiliza a comercialização. A Secretaria de Agricultura e Floresta já está mapeando essas regiões e deve buscar recursos e projetos para a construção de mercados. Mediar o comércio é entendido pela equipe Safra como uma forma de distribuir renda e qualificar o sistema fundamentado no tripé poder público/produção/consumidor. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome investiu na uniformização dos feirantes, na compra das barracas (que oferecem proteção a feirantes e consumidores), treinamento em prática de venda e infraestrutura para transporte de produtos (com diesel custeado pelo produtor).

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