É o fim do drama. Ou pelo menos será o fim para mais 200 deles. A Polícia Federal deve entregar até o final desta semana o protocolo para a regularização de mais 215 haitianos instalados em Brasiléia e que estão em situação ilegal no país. O protocolo vai servir para que os imigrantes regularizem a sua condição aqui, com a retirada da Carteira de Trabalho e do CPF em um prazo inicial de 180 dias, mas podendo ser prorrogado.
Após adquirir a documentação, os haitianos estarão habilitados a trabalhar legalmente no país. Ao passar o período de 1 ano, eles enfim vão poder solicitar residência fixa no Brasil, caso consigam comprovar que estão devidamente empregados.
Segundo o governo acreano, empresas de vários estados brasileiros (Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio de Janeiro) já estabeleceram contato acenando para o interesse na contratação desses 215 haitianos que serão legalizados. Uma parte deles deve ir para estes locais e outra deve seguir para Rondônia, onde eles já têm parentes alocados.
Mas a regularização já não é mais um grande problema. O verdadeiro X da questão é que não param de chegar haitianos em situação irregular no Brasil. E a rota de entrada pelo Acre está se tornando cada vez mais atrativa para eles, pelo bom acolhimento. Para se ter ideia, estes 215 haitianos em Brasiléia estão ‘irregulares’ pois partiram de sua terra natal sem antes iniciar o processo para emissão do visto de entrada em solo brasileiro. Nos últimos 9 dias, mais de 35 deles já cruzaram a fronteira da Bolívia com o Acre. Nos últimos 25 dias, então, mais de 100 entraram em Brasiléia. E mais continuam vindo.
De acordo com o representante da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) em Brasiléia, Damião Borges, não param de chegar haitianos de forma ilegal pelas fronteiras acreanas. Na noite de quarta-feira (18), Borges (que teria sido usado como alvo de uma pressão destes 215 haitianos. No caso, os estrangeiros disseram que manteriam Borges em cárcere privado caso não fossem regularizados) reportou que 5 deles entraram em Brasiléia. E mais devem chegar, caso o Governo Federal não adote uma postura mais rígida de controle nas suas fronteiras. A preocupação atual de Damião é com relação à assistência humanitária prestada a estes haitianos que não param de chegar, especialmente a alimentação. (Com informações da Agência Brasil)