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OIT alerta para o risco de trabalho análogo à escravidão com a entrada ilegal de haitianos

 Há quase 2 anos o Acre vive ‘novelas’ e mais ‘novelas’ com a entrada ilegal de haitianos pelas fronteiras com o Peru (Iñapari/Assis Brasil) e a Bolívia (Cobija/Brasiléia). Ao longo deste tempo, vários fluxos com mais de 2.700 imigrantes adentraram o Brasil por solo acreano. E mais se encaminham pra cá, trazendo riscos e mais riscos de novos dramas.

 Desta vez quem alerta para estes riscos é a Organização Internacional do Trabalho (a OIT). De acordo com a entidade da ONU, os imigrantes do Haiti e dos fluxos antes deles (bolivianos e peruanos) estão vulneráveis a serem explorados em relações de trabalho análogas a dos tempos da escravatura, em grandes obras infraestruturais pelo país.

 O alerta da Coordenação do Projeto de Combate ao Trabalho Escravo da OIT atenta para o fato de que as grandes obras estão atraindo um número expressivo de trabalhadores com mão de obra pouco qualificada. A área suscetível a riscos com a maior demanda é a da Construção Civil, mas outras também têm condições ‘perigosas’, tais como os ramos do varejo/comércio, trabalhos agrícolas e campos produtivos, etc.

 A OIT emitiu o seu alerta devido ao crescimento no ritmo destas megaobras pelo país. O cuidado maior com os imigrantes considerados ‘ilegais’ é porque eles estão menos cientes e encorajados a buscar seus direitos. Segundo a organização, há 3 pontos de entrada no Brasil preocupantes para este perfil de imigrantes: a cidade de Cáceres, no Mato Grosso, e vários municípios no interior do Acre, de Rondônia e do Amazonas.

 A OIT também atesta que os polos mais atrativos para os estrangeiros ‘ilegais’ estão na indústria têxtil de São Paulo (que abriga cerca de 200 mil bolivianos), nas hidrelétricas em construção na Região Norte; no setor industrial do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina;  em obras da construção civil do Paraná e do Mato Grosso, entre outros.            

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