Apesar das chuvas que ocorreram, as queimadas ainda continuam. De 1º de janeiro até hoje, cerca de 2.959 focos de calor estão acumulados. O leste do Estado é a região mais crítica, onde há grande incidência de queimadas. Houve uma melhora nas condições atmosféricas e a qualidade do ar após a grande chuva na quinta-feira, onde os ventos chegaram à 98 km/h. Há condições favoráveis à ocorrência de chuvas e rajadas de ventos fortes para os próximos dias, mas isso não quer dizer que a população possa continuar realizando queimadas ilegais.
Edgard de Deus, secretário de Meio Ambiente afirmou que a situação não é tranquila e que os órgãos ambientais estão atentos às possíveis queimadas. “Estamos em alerta e fazendo um apelo para as pessoas não façam queimadas na zona urbana e rural, pois as condições estão muito adversas, embora tenha chovido em Rio Branco e alguns municípios. O produtor rural tem que aguardar um pouco. Há uma petição do governo e da Federação da Agricultura pedindo que libere hectares para que a agricultura familiar possa produzir onde não chegaram os benefícios do roçado sustentável. Pedimos à sociedade que não queime nesse período”.
O Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estão fiscalizando, informou Fernando Lima, diretor do Imac. “Há uma grande quantidade de denúncias e os órgãos ambientais estão realizando uma fiscalização rigorosa. Só no dia 14, foram detectados pela sala de situação 134 focos de calor. Esperamos reduzir esses números com a ajuda da população, que tem que se conscientizar”.
Além dos órgãos ambientais, o Corpo de Bombeiros contribui com a fiscalização, disse Flávio Pires, comandante. “Nós estamos nesse trabalho de integração com a responsabilidade do Corpo de Bombeiros, trabalhando na coordenação. Nosso efetivo está totalmente distribuido para essa atividade e na medida que o número de focos de calor se intensifique, nós contamos com o apoio do exército brasileiro. Capacitamos 150 soldados na capital e nos municípios onde tem a representação do 4º BIS, também capacitamos essa mão de obra para apoio aos incêndios florestais”.
Em um convênio com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Corpo de Bombeiros irá adquirir novos equipamentos. “No primeiro semestre houve problemas com enchente e agora com as queimadas e incêndios florestais. Fizemos um trabalho junto ao BNDES e temos um projeto para a aquisição de 10 caminhões especificamente para o combate à incêndio florestal que serão distribuídos nas cinco regionais. Também serão adquiridas 20 pick-ups com kits de combate. Onde os caminhões não conseguirem entrar nesses ramais, essas caminhonetes poderão possibilidade de realizar a ação e ao mesmo tempo monitorando os focos de calor”, concluiu Flávio .