A Embrapa realiza, entre os dias 10 a 12 de setembro, o seminário Manejo Florestal na Amazônia, no auditório da Federação das Indústrias do Acre (FIEAC). A abertura será realizada às 19 horas, na segunda-feira (10 de setembro) e as discussões ocorrem entre às 8h30 e 17h30 na terça e quarta-feira.
Durante o evento, serão apresentados resultados de três anos de pesquisas realizadas em toda região Norte sobre manejo florestal madeireiro. Também será discutida a implementação de uma rede composta pelos três segmentos que compõem o manejo florestal: iniciativa privada, órgãos públicos de gestãoambiental e pesquisa.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Acre, Marcus Vinício d`Oliveira, que participa do projeto, uma das principais contribuições das pesquisas refere-se ao planejamento do manejo florestal, etapa que garantirá o sucesso das operações em campo. “Capacitamos cerca de 800 técnicos para utilizarem o Modelo Digital de Exploração Florestal (Modeflora), tecnologia que integra o Sistema de Posicionamento Global (GPS), o Sistema de Informação Geográfica (SIG) e o Sensoriamento Remoto (SR) para planejar, executar e monitorar as atividades de manejo com alta precisão. No total, foram aproximadamente 100 mil hectares manejados em florestas nativas dos cinco estados do norte”, afirma Ribas.
Outro avanço importante apontado por D`Oliveira foram os resultados obtidos com o Lidar (Light Detection And Ranging), ferramenta que “escaneia” as florestas com alta resolução, gerando vários modelos digitais do terreno em 3D. “A Floresta do Antimary, no Acre, foi a primeira floresta tropical nativa da Amazônia a ser “escaneada” com o Lidar. Entre os resultados, está o modelo que mostra claramente as áreas alteradas pelas operações de manejo florestal nos últimos dois anos”, diz. Segundo o pesquisador, na próxima etapa desse projeto serão desenvolvidas ferramentas de monitoramento da floresta em tempo real, que permitirão a coleta automática de dados.
O evento marca o encerramento do Projeto Manejo Florestal na Amazônia, coordenado pela Embrapa Acre e que conta com a participação de todas as Unidades da região norte. Foram investigadas questões relativas à dinâmica de florestas e ciclo de corte, indicadores econômicos, ambientais e sociais do manejo florestal e técnicas silviculturais em diversas florestas amazônicas. “Mas não queremos parar por aí, a ideia é formularmos um projeto que dará continuidade à essas pesquisas”, diz Ribas.
Discussão em rede
Segundo o pesquisador da Embrapa Acre, Luciano Ribas, organizador do evento, a Rede de Manejo Florestal é um esforço para integrar os diferentes setores envolvidos manejo dos recursos florestais. “Trata-se de um canal de diálogo entre os três setores. Hoje, os pesquisadores estão bem integrados à Rede, mas queremos a presença efetiva da iniciativa privada e dos órgãos de gestão ambiental. A ideia da rede é contribuir para a formulação de políticas públicas que beneficiem o setor florestal e o tornem mais competitivo e mais sustentável”, afirma.
O Seminário Manejo Florestal na Amazônia conta com o apoio do Governo do Acre, Associação de Manejadores de Madeira (Assimanejo), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e Serviço Florestal Brasileiro. (Sonda Notícias)