Os selecionados passaram por várias etapas, explicou César Dotto, diretor regional do Senai. “Elaboramos um curso técnico de 1.600 h, no qual 70% é de aula prática e 30% teórica. Foi realizado um processo seletivo, através de um edital totalmente transparente, o qual participaram mais de 200 alunos. Foram feitas seleções curriculares, provas técnicas, entrevistas e avaliações psicológicas. Ao final, foram selecionados 33 alunos, com idades entre 18 e 25 anos. Eles assinaram um compromisso de fazer este estágio remunerado em Jirau. Esse é um mercado novo. São novos profissionais, mas que devem ter a característica da área elétrica e mecânica. Quando estiverem prontos, a usina já estará em fase de operação.
Ao final do curso, os alunos irão passar por um processo seletivo da empresa, podendo ser contratados pelo consórcio. “Essa foi uma parceria com a Energia Sustentável do Brasil. O complexo hidrelétrico do Rio Madeira passa por um novo momento, que é a fase de operação e o surgimento da demanda por formação de profissionais para a operação futura da usina. Foi aprovado um plano de curso, junto à empresa, para profissionais que atendessem a usina. O curso terá duração de 2 anos, com estágio nos últimos 6 meses na usina. Por mérito de desempenho, os alunos serão diretamente contratados, com possibilidade ainda de fazerem o curso de graduação em Engenharia com o apoio do Consórcio ESBR”, explicou César.
Isac Teixeira, diretor de operação da ESBR, afirmou que a usina gerará vários empregos. “Precisamos montar um time de operação e manutenção. São necessárias em torno de 200 pessoas até o final de 2015. A nossa política é contratar as pessoas que moram na região amazônica, de Porto Velho a Rio Branco, por conta da proximidade e da adaptação, que são mais fáceis para ficar até o final da concessão trabalhando conosco. Serão gerados 270 empregos diretos e 200 indiretos”.
O curso foi articulado pelo deputado Sibá Machado, junto a ESBR. A ideia dele surgiu a partir da preocupação com a inserção dos jovens neste novo mercado. “Esta obra da hi-drelétrica não é de Rondônia. Ela é uma obra do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, que está em Rondônia por força das circunstâncias naturais. A proposta é que no próximo ano a gente possa ter no Estado o curso superior de eletromecânica e outras áreas, como engenharia do petróleo. O Brasil precisa avançar em conhecimento. Por isso, há a necessidade de investir na educação dos jovens, oferecendo formação profissional”.
Raquel Nunes, 20 anos, foi uma das poucas mulheres selecionadas para o curso. “Fiquei muito feliz ao descobrir que passei no processo seletivo. É meu sonho trabalhar na área de engenharia elétrica. Espero aprender bastante e tenho boas expectativas. Queremos quebrar esse preconceito das mulheres em uma profissão como essa”.