Após várias reivindicações, a Coordenação Regional de Regularização Fundiária no Acre e a Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) irá assentar cerca de 120 famílias na Fazenda Jéssica, localizada no seringal Porto Luiz, em Acrelândia.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) esteve à frente das negociações, explicou Rosana Nascimento, presidente da instituição. “A retomada das terras da União é uma bandeira de luta da CUT, que foi construída no seu 11º congresso, uma vez que a reforma agrária não acontece por falta de terras e sim por falta de decisões políticas do poder público. A Fazenda Jéssica foi escolhida porque já existia um acordo com o Incra, que retomaria esta área para assentar”.
A partir de agora, o processo de levantamento ocupacional, cadastramento, georreferenciamento e análise proces-sual para identificar os remanescentes da área para a reforma agrária será iniciado. “Depois que fechamos a BR, nos chamaram para negociar e fizemos um acordo. O Incra nos fez a proposta de georreferenciar internamente o Seringal Porto Luiz. Isso é uma grande conquista. As famílias que ali estavam irão ser assentadas. O compromisso é começar no dia 24 de setembro e concluir no final de dezembro. Se até 5 de janeiro não estiver concluído, iremos acampar no Incra, pressionando o poder público para exigir que a terra seja distribuída para quem vai produzir, gerar renda e emprego”, informou Rosana.
Antônio Batista é um dos assentados. Após anos de espera, ele acredita que o acordo será finalmente cumprido. “Começamos esta luta em 2004, quando estávamos reunidos em Acrelândia com o Incra. Eles nos garantiram o assentamento e, na realidade, aguardamos e cobramos por 4 anos e não obtivemos sucesso. Neste período, cansamos de buscar soluções. Recursos para realizar o assentamento foram destinados e não foram repassados. Criamos uma nova força junto ao movimento e retomamos a luta. Esperamos obter sucesso com a firmação desse acordo”.