Agentes socioeducadores apreenderam, no último sábado, armas confeccionadas pelos adolescentes em conflito com a lei do Centro Socioeducativo Santa Juliana. Em uma revista, os agentes encontraram o material que seria usado para uma fuga. Sete adolescentes estavam envolvidos ativamente no episódio e 30 estavam planejando fugir.
Segundo Rafael Almeida, diretor do centro, os agentes desconfiaram das atitudes de alguns adolescentes. “A fuga estava marcada para segunda, 24, com intuito de render a equipe de segurança durante atividades e depois escaparem. Existem as revistas de rotinas semanalmente em todas as alas. Já suspeitávamos dos adolescentes, já que eles estavam nervosos. A última revista realizada foi na terça-feira passada. Então, durante a semana, eles confeccionaram os materiais. A equipe de segurança foi ágil e percebeu antes”.
Os adolescentes em medidas socioeducativas confeccionaram as armas e tiveram a ajuda de familiares, que levavam para a unidade outros objetos. “Eles tiraram ferros da tela de proteção e conseguiram fazer diversos materiais cortantes, que são chamados de ‘estoques’. Além disso, retiraram o acrílico da tampa do vaso sanitário, afiaram e fizeram uma espécie de faca. Isso tudo visando a fuga. Também foram apreendidos isqueiros e dinheiro. Esse material veio de fora. As próprias famílias trazem, já que os agentes não exigiam a revista íntima nas mulheres que iriam para visita”, explicou o diretor.
Henrique Corinto, presidente do Instituto Socioeducatio (ISE), destacou que algo de grave poderia ter acontecido. “Temos uma preocupação grande com os profissionais que estão aqui. Esse material é suficiente para fazer uma rebelião e acontecer um ferimento grave ou até fatal. Eles escondem esses materiais dentro do vaso sanitário e dos colchões. Temos todo um processo de revista e trabalho contínuo para que possamos evitar maiores problemas. Muitos desses jovens estão predispostos a continuar no crime. Temos realizados esforços grandes, através dos diretores dos centros e toda equipe técnica, para redirecionar a vida desses adolescentes. Não é um trabalho fácil. As revistas estão mais intensificadas nas unidades. Comunicamos ao Poder Judi-ciário e foi aberto um inquérito policial para identificar os autores. Estamos responsabilizando criminalmente esses adolescentes que promoveram dano ao patrimônio público, ameaça ou lesão às pessoas”.
Algumas medidas serão tomadas para que as determinações do centro sejam cumpridas, afirmou Rafael Almeida. “A corregedoria do ISE elaborou um documento e encaminhou à 1ª Vara da Infância e Juventude, para que as providências cabíveis sejam tomadas. Os adolescentes passarão pelo conselho disciplinar interno e irão cumprir algumas medidas disciplinares. Uma reunião será realizada com os familiares que trouxeram alguns objetos, já que os adolescentes confessaram. Nossos agentes são comprometidos com a segurança e com a socioeducação. Toda movimentação do adolescente dependem deles. Nossa equipe é de excelência e comprometida com a causa. O conselho disciplinar pedirá uma autorização judicial para suspender a visita dos adolescentes envolvidos. Tudo será realizado dentro da legalidade”.