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Rebelião, agressão e fuga na Pousada do Menor

AGENTEAdolescentes internos do Centro Sócio educativo Aquiry (pousada do menor), localizado na Estrada Apolônio Sales, em Rio Branco, iniciaram uma rebelião no final da tarde de segunda, dia 3, que culminou na fuga de pelo menos 3 adolescentes.

De acordo com informações de Beto Calixto, presidente do Sindicato dos agentes sócio educadores do Acre, no momento da rebelião oito agentes socioeducadores faziam a guarda no local, sendo que um deles foi feito refém e sofreu agressões por um dos menores.

Após passaram por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) na manhã de terça-feira, os agentes prestaram queixa na 5ª Regional de Polícia, localizada no bairro Xavier Maia.
Durante a rebelião, alguns menores atearam fogo em colchões para dificultar a entrada dos agentes e dos policiais do Bope, que foram acionados para conter a confusão. Foi confirmada até o momento a fuga de três menores, que ainda não foram capturados pela polícia.

Os infratores são do pavilhão Delta e estavam praticando exercícios físicos quando deram início ao tumulto. O diretor-presidente do Instituto Sócio Educativo do Acre, Henrique Corinto ainda não se pronunciou sobre o caso.

Sócioeducador diz que centro não ressocializa menores  – Na manhã desta terça-feira, 4, enquanto aguardava os colegas sócios educadores serem submetidos a exame de corpo de delito, o presidente da categoria Beto Calixto afirmou que o modelo de ressocialização desenvolvido nos centros do Acre não recupera os menores infratores.

“Esse modelo de trabalho desenvolvido nos centros sócios educativos do Acre não recupera nenhum menor infrator, pois não é levada a eles a consciência de que cometeram uma infração, que estão ali para terem uma chance de retornar a sociedade e a família com novas ideias, uma profissão. Ao contrário tem-se potencializado a ideia de que são intocáveis e que os profissionais que ali trabalham estão sujeitos aos seus desejos. Por exemplo, em uma situação de rebelião como a que aconteceu segunda-feira, 3, a preocupação da direção era encaminhar os menores para exame de corpo de delito e saber se um sócio educador poderia ter desencadeado uma motivação para a rebelião. Esquecendo que os sócios educadores estão ali para garantir a segurança dos menores, mas não podem ficar sujeitos a agressões físicas e riscos de vida. O número de sócios educadores e policiais militares é insuficiente e o governo sabe disso, no entanto não toma nenhuma providência optando por acusar os sócios educadores que convivem com ameaças de demissão e punições provocadas por mentiras dos menores”, desabafou Calixto.

Calixto, disse ainda que a categoria trabalha em condições deprimentes, que os instrumentos que deveriam garantir segurança para os menores e para os profissionais que prestam serviços nos centro são insuficientes, além da pressão natural de conviver com menores que cometeram crimes muitas vezes definidos como crimes hediondos pelo Código penal, mas por serem menores muda-se a nomenclatura para ato infracional.

ISE/AC esclarece tentativa de fuga em massa no Centro Socioeducativo Aquiry

Na última segunda-feira, 3, adolescentes do Centro Socioeducativo Aquiry tentaram uma fuga em massa, mas somente três tiveram êxito. A ação dos agentes socioeducativos aliada ao apoio imediato das polícias Civil e Militar, através do Batalhão de Operações Poli-ciais Especiais (Bope), impediu um problema maior.

Até o momento, dois adolescentes já foram recapturados. As buscas pelo terceiro socioeducando continuam. Durante a fuga, um agente socioeducativo foi ferido. O profissional recebeu todo o atendimento necessário e passa bem.

Imediatamente a direção do Centro Socioeducativo registrou o Boletim de Ocorrência, encaminhou os adolescentes autores do motim e também os socioeducadores que participaram da contenção a fazer o Corpo de Delito. A perícia técnica foi acionada para avaliar os danos.

O presidente do Instituto Socioeducativo do Acre, Henrique Corinto, aprova o desempenho da equipe. “Numa demonstração de preparo e competência os socio-educadores impediram que ocorresse um problema maior. Atuaram com extremo profissionalismo”, elogia.
Os adolescentes envolvidos na tentativa de fuga em massa vão sofrer sanção. Após a apuração dos fatos, os socioeducandos que tenham agredido algum socioeducador e que causaram prejuízo ao patrimônio público deverão responder judicialmente na esfera civil e penal. (Brenna Amâncio/ Assessoria ISE/AC)

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