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Crianças da escola Maria Lúcia Marin aprendem a se prevenir contra abuso sexual

Uma pesquisa divulgada pela Secretaria de Saúde de São  Paulo, revelou que 43% dos casos de violência sexual  envolvem crianças com menos de 12 anos. O que de acordo com especialistas na área, representa apenas a ponta do iceberg. Estima-se que os números reais sejam muito superiores em todo o Brasil.
De acordo com o coordenador do estudo, Jéferson Drezett,  grande parte das situações de abuso são cometidas dentro de casa, o que diminui as chances de serem descobertas.
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Cerca de 80% a 85% são do núcleo familiar, sendo que de 30% a 40% são pais ou padrastos. O restante geralmente é praticado  por agressores identificáveis pela vítima.

Mais de 90% dos casos não aconteceu uma única vez, principalmente por essa proximidade entre a criança e o pedófilo, que exerce uma posição de superioridade e controle dentro ou próxima ao núcleo familiar.

As crianças são frequentemente submetidas a jogos eróticos, o que não deixa de ser tão grave quanto os casos da consumação do estupro. A ausência de danos físicos, faz com que muitas vêzes os adultos, mesmo os mais próximos  não acreditem que a criança sofra violência sexual.

A casa é o local mais comum, mas casos de pedofilia podem acontecer na escola, ou em espaços que oferecem uma relação de confiabilidade entre o agressor e a vítima. São locais onde o pedófilo pode conhecer a criança e identificar seus pontos vulneráveis para agir.

“Durante a CPI da Pedofilia vimos relatos apavorantes de crianças vítimas de abuso sexual e naquele momento fizemos um pacto de lutar com todas as forças contra esse crime”., disse a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB), que há 8 anos faz um trabalho de palestras e distribuição da cartilha de combate à pedofilia editada pela câmara dos deputados.

A parlamentar que já percorreu o interior do estado, contou em muitas ocasiões com o reforço da atriz global Brendha Hadad.

Nesta segunda-feira (03), o projeto aconteceu na escola municipal Maria Lúcia Moura Marin, localizada no bairro Morada do Sol. A escola tem mais de 300 alunos divididos em dois turnos, distribuídos da quinta à oitava série.

 A  deputada comunista exibiu um vídeo didático que alerta as crianças a não guardarem segredo e a buscarem ajuda em caso de desconfiança de interesse sexual. E orientou os alunos, abrindo em seguida o debate com as crianças que participaram ativamente.
 
“Precisamos ajudar a romper esse muro de silêncio que cerca o abuso sexual, fazendo as vítimas entenderem que não são culpadas. Este é o nosso primeiro passo. O segundo será motivar reuniões de pais e mestres, também com exibição de vídeos didáticos e palestras que os alertem sobre possíveis abusadores e formas de lidar com o problema. Sei que este é um trabalho de formiguinha e que não é prioridade para os que visam aproveitamento político, porque não rende votos. Estamos lidando aqui com eleitores do futuro que só vão poder votar daqui a 8 anos e isso não motiva, mas eu adoraria ter um reforço nas ações”, alfinetou.

Mais de 20 mil cartilhas da Violência Sexual contra Meninos e Meninas foram distribuídas pela deputada Perpétua Almeida, de janeiro a setembro deste ano e outras estão na gráfica do congresso.

Os alunos da escola Maria Lúcia Moura Marin, entusiasmados com a palestra e com o vídeo apresentado, decidiram fazer uma peça de teatro com o tema. (Assessoria)

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