A primeira prisão em flagrante dessa eleição municipal, por suspeita de compra de votos, foi feita nessa terça-feira, em Feijó. O vereador e candidato à reeleição Raimundo Nonato de Souza, o ‘Ronelsom’ (PSD), foi preso em flagrante quando recebia R$ 21.500 de Francisco Ribeiro de Souza, o ‘laranja’ que ‘entregou’ o esquema para a Polícia Civil. No momento da prisão, o vereador se preparava para pegar uma embarcação, para seguir viagem pelo Rio Envira, onde iria se encontrar com o prefeito Dindim (PSDB), que também está em campanha para a reeleição.
A suspeita da polícia e do Ministério Público é que o dinheiro seria usado para a compra de votos. As prisões foram feitas pelos delegados Roberth Alencar, da Delegacia Itinerante, Alex Dani, titular de Feijó, com apoio do Ministério Público.
A polícia foi informada do esquema na noite de segunda-feira e o vereador passou a ser monitorado pela polícia e pelo promotor Bernardo Albano. Na hora em que o ‘laranja’ estava entregando o dinheiro ao vereador, a prisão em flagrante foi realizada. O vereador já está no presídio de Feijó. A acusação é a de peculato, que é o crime praticado por funcionários públicos que se apropriam de dinheiro ou bens, graças às facilidades decorrentes do cargo.
Dinheiro do FPM
Segundo o informante da Polícia Civil, o esquema para ‘desviar’ dinheiro do Fundo de Participação do Município (FPM) funcionava assim: o vereador e candidato à reeleição, Raimundo Nonato de Souza, o ‘Ronelsom’ (PSD), conseguia contratos (sem licitação) junto à Prefeitura de Feijó. Para isso, usava um ‘laranja’. O serviço, mesmo não executado, era pago. Nesse caso específico o contrato era de limpeza da cidade no valor de R$ 60 mil. O serviço, de fato executado, foi de R$ 38.500 e o restante, R$ 21 mil, o ‘laranja’ estava repassando ao vereador. Depois de pegar os R$ 21 mil em notas de R$ 50 e R$ 100, o vereador se encontraria com o prefeito Dindim, que é da mesma coligação do vereador preso, a Aliança Popular de Feijó, que inclui ainda o DEM e o PSDB.
Francisco Ribeiro de Souza, arrolado como testemunha do caso, foi liberado por colaborar com as investigações. Foi ele quem denunciou o esquema de desvio de dinheiro do FPM ao Ministério Público, que buscou apoio da Polícia Civil para resolver o caso.