A eleição da Roselane “dos esportes” à Câmara de Vereadores, deixou no meu íntimo dobradas satisfações. Entre outros sentimentos prazerosos, destaco a decisão do povo em começar a se libertar da influência da cultura de massa, se somando às sociedades que expressam opiniões sem constrangimento de consciência. Essa atitude dos “rio-branquenses” no mínimo contraria o “predomínio” de uns e outros grupos que presunçosamente querem se perpetuar nos altos cargos dos negócios públicos. Ademais, os cidadãos de Rio Branco foram de uma sensibilidade exemplar. Notaram, dia a dia, na figura dessa humilde mulher, a incansável perseverança dos vencedores, bem como a marca da boa vontade, atributo espiritual dos fortes.
Na ascensão de Roselane à casa legislativa municipal, se cumpre a clássica assertiva do Senhor Jesus Cristo: “Bem-aventurado os homens de boa vontade”. Aliás, alguém já disse: “abaixo de Deus a maior energia na face da terra é a força de vontade do homem”. Homens e mulheres com boa vontade podem remover montanhas. Este aforismo me faz lembrar uma outra, esta atribuída ao filósofo ateniense Aristóteles: Aquele que quiser ser um vencedor terá que ordenar os pensamentos, pois aquele que ordena os pensamentos é sábio. O indisciplinado atira-se afoitamente às primeiras atividades que lhe vêm às mãos ou lhe atraem as preferências. Este amalgama, (mistura de coisas diversas) é a cara da atual geração; geração voadora e superficial que quer tudo e nada quer, uma vez que é indisciplinada.
Entretanto, há uma pergunta que não quer calar: De que maneira, Roselane, terá conseguido vencer, se tudo lhe eram obstáculos? Creio que, além da sensibilidade daqueles que lhe sufragaram nas urnas, foi a força perseverante da Roselane que lhe deu a vitória. Perseverença, provavelmente com origem na sua fé no Senhor Jesus Cristo. Outra dedução é que Roselane é uma dessas criaturas iluminadas pelas virtudes da coragem, do autocontrole e da justiça, notadamente justiça social. Essas virtudes nascidas a partir da ética platônica, quando encontra guarida no ser humano de qualquer época, os torna vencedor, especialmente em homens e mulheres empreendedores. Essas virtudes, na política, são essenciais ou imprescindíveis.
Igualmente, a perseverança revelada na campanha e por que não dizer na própria vida pessoal, é um fato marcante na vida dessa mulher. Roselane contrariou a lógica da política local; contrariou, também, seus ex-amigos que a consideravam derrotada, até para a própria vida, pois quem conhece um pouco da vida familiar e pública da nóvel vereadora, sabem dos “infortúnios” e dos dissabores que a vida lhe impôs nos últimos cinco anos da década de 2000. Contudo, apesar dos pesares, Roselane, quase inconscientemente, não abdicou do seu objetivo. Em longo de toda a campanha, montada numa bicicleta, palmilhou os quatro cantos desta cidade. Com sua energia de maratonista de olimpíadas e dotada de um invejável espírito de pertinácia, em meio à desigualdade, nos derrotou a todos. Ressalte-se, ainda, que sua campanha foi criativa, bem diferente das mesmices dos outro competidores.
Da postura perseverante de Roselane podemos, sociedade em geral, tirar lições preciosas. Afinal, estamos diante dum exemplo, de alguém que, sem queixumes irascíveis, se supera e passa a figurar no elenco de homens e mulheres que fizeram história em diferentes áreas da atividade humana. Ela colocou ação nos seus próprios sonhos ou anseios.
Bem diferente da maioria da gente, que não consegue aprender nem com a mãe natureza, que sobrevive em seu ritmo e velocidade natural, Roselane sabia o queria! Ah, tem uns e outros que preferem atribuir ao acaso o grande feito da “amiga guerreira”. Cá com meus botões tirei proveito do exemplo dessa simples mulher lutas!
Roselane: feito passado, vitória assegurada, peço que, agora na condição de legislador municipal, não esqueças em nenhum momento da marca principal dos homens de boa vontade: a humildade! Porquanto, diz o Evangelho: “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus”…e da terra!
Vá descansar; se cuidar um pouco, antes de assumir seu cargo, pelo qual tanto lutastes.
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