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A fuga do debate

Estou perplexo. Como um candidato a prefeito de Rio Branco nega-se a participar do debate público, especialmente no segundo turno? O sentido do segundo turno da eleição é justamente dar oportunidade aos eleitores de aprofundar o conhecimento das ideias, das propostas e do preparo dos candidatos que se propõem assumir a gestão da cidade. É, por excelência, o momento de ampla participação democrática dos candidatos e dos cidadãos na eleição. Uma oportunidade  de reflexão coletiva, sabiamente facultada pela  legislação eleitoral.  Como um candidato pode comprometer-se com uma gestão democrática e transparente perante os eleitores se rejeita o debate democrático diante dos cidadãos?

O gesto de fuga do candidato Bocalom é um desrespeito à população de Rio Branco que tem o direito a uma decisão bem informada. O debate do segundo turno não é a exposição de meia dúzia de candidatos, por mais que esse encontro se revele indispensável. É o espaço do contraste e da decisão entre dois projetos políticos, duas visões de mundo, duas propostas de governo, duas capacidades de governar, dois homens, seu caráter, sua ética, sua cultura, seu saber, seus sentimentos, sua história; dois destinos de uma cidade. Do nosso município, da nossa cidade.

A negação do debate pelo candidato Bocalom é um retrocesso político. Pior, um nada a declarar no instante em que a cidade espera que se diga tudo. A cidade de Rio Branco acostumada à modernidade política, à discussão democrática,  surpreende-se com a atitude autoritária e o primitivismo político do candidato Bocalom. Se já imaginava a diferença essencial nesta eleição, o espaço que separa os dois postulantes, teve-os concretamente confirmados no ardil de escape do candidato dito da oposição. A distância entre modernidade e atraso.   

* Professor José Fernandes Rêgo

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