Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Após acidente, jovem pede ajuda no Facebook para comprar prótese

AcreanaPor volta das 22 horas do dia 26 de agosto de 2012, Regia-ne Araújo Sampaio, 26 anos, se envolveu em um acidente de trânsito e teve a sua perna esquerda amputada. Em busca de voltar à vida normal, a servidora pública fez um apelo na rede social Facebook. Na página do apresentador Luciano Huck (Rede Globo), ela detalhou a sua história e pediu ajuda para comprar uma prótese.

A jovem detalhou a tragédia à reportagem do jornal A GAZETA. “Era mais ou menos 22 horas. Eu estava indo comer um churrasquinho, que fica localizado no Ginásio do Sesi. Decidi ir pela estrada da Sobral, mas à noite é bem escuro lá. Parei em um sinal e quando ficou verde, eu segui. De repente, vi apenas dois faróis na minha frente e não tive tempo de fazer nada, o carro já estava em cima. O condutor vinha na contra mão, tentei jogar a moto para o outro lado e não consegui. Ele foi tentar desviar de um buraco e entrou na via que eu estava. A garupa voou por cima do carro e quebrou a perna e o pé. Eu cai ao lado da minha moto. Quando abri os olhos, vi duas amigas, que vinham em outra moto atrás da nossa. Tentava olhar a minha perna, mas ninguém deixava, estavam me segurando. Nesse momento, eu não conseguia sentir mais a minha perna, fiquei desesperada. Estava apavorada. A ambulância demorou cerca de 40 minutos. Um pouco antes de chegar, comecei a sentir muita dor”.

Regiane entrou em desespero após acordar e ver que estava sem uma de suas pernas. “Após ser socorrida, me levaram ao Pronto Socorro e fui operada. A cirurgia demorou cerca de 3 horas. Quando eu acordei, logo perguntei aos meus amigos se eu estava sem perna. Ao ouvir a confirmação, fiquei desperada. Foi uma situa-ção muito difícil, fazer coisas básicas como usar o banheiro, tomar banho e escovar os dentes se tornou muito complicado naquele momento. Passei 12 dias no hospital”.

Além da perna, outras partes do corpo da vítima foram afetadas. “Tive um corte profundo na mão, a audição do ouvido esquerdo foi afetada, quebrei o punho direito e tenho que passar por uma cirurgia. Estou há duas semanas esperando a cirurgia, mas por conta da falta de médico e de anestesista não tem uma data prevista. A cirurgia chegou a ser marcada e confirmada, fui ao Hospital das Clínicas e fiquei lá dois dias internada aguardando, quando me mandaram para casa e simplesmente me disseram que minha cirurgia havia sido suspensa por motivo de força maior. O polegar esquerdo também quebrou. Agora estou fazendo fisioterapia para tentar conseguir mexê-lo novamente”.

Por conta do acidente, Re-giane tem várias limitações. “Graças à Deus minha recuperação está sendo rápida, mas a vida que eu tinha antes não irá mais voltar. Eu tinha acabado de passar em um concurso da Universidade Federal do Acre (Ufac) e tive que me afastar por seis meses, pois a minha função é design gráfico, porém as minhas mãos ficaram comprometidas e não pude voltar. Espero me recuperar o quanto antes. A minha rotina era trabalhar, eu ia de moto e agora não posso mais. Era meu único meio de transporte e agora, para poder me locomover, eu tenho que tentar comprar um carro, pois eu só ando de cadeira de rodas. Nessa situação, andar de ônibus é um pouco difícil. A minha vida agora é do sofá para a cama e da cama para o sofá”.

Após o incentivo da irmã, Regiane decidiu fazer o apelo no Facebook. Em poucas horas, várias pessoas curtiram, comentaram e compartilharam a publicação onde a jovem conta o drama vivido. “Como eu tenho o Luciano Huck no Facebook e já vi outros casos de pessoas fazendo apelo, decidi escrever minha história e enviar, já que não custa nada tentar. Eu sei que o meu caso não é o único, mas estou na tentativa. Tenho muitos amigos que estão tentando me ajudar, fizeram uma corrente e compartilharam a minha história. Nem imaginei que fosse tomar essa proporção. Estou na esperança de que alguém me ajude, até mesmo aqui, sei que tem vários políticos e pessoas que tem condições de ajudar”.

A família da vítima não tem condições financeiras de cus-tear a prótese. “A minha única esperança é comprar uma boa prótese. Eu sei que no Estado eles oferecem, mas nada comparado as que eu vejo nos sites. Pesquisei bastante, entrei em contato com um site e me informaram que a prótese que eu quero custa em torno de R$ 30 mil. Para eu tomar banho, teria que ser outra que custa R$ 20 mil. É muito caro, não tenho condições financeiras. Entrei em contato com a Conforpés, que oferece próteses com o joelho hidráulico e assim conseguiria sentar e se locomover normalmente. O valor dela é de R$ 19 mil. Eu e minha família não temos como comprar. Estou torcendo que o Luciano Huck ou alguém veja a minha história e me ajude”, concluiu.

Sair da versão mobile