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Médicos que atendem por planos de saúde realizam paralisação

SindmedO Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed/AC) vai realizar, na noite de hoje (02), uma assembléia geral para deliberar uma paralisação de 15 dias dos planos e seguros de saúde. De 10 à 25 de outubro, entidades médicas em todo o Brasil irão aderir ao movimento.

A principal reivindicação dos médicos é o reajuste no valor das consultas. Hoje, os planos pagam cerca de R$ 60,00 e os profissionais querem o que o valor seja no mínimo R$ 80,00. O valor é um calculo cientifico feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas de São Paulo.

Segundo José Ribamar, presidente do sindicato, os usuários devem saber a motivação da paralisação. “Esse é um protesto dos médicos contra os abusos praticados pelos planos e seguros saúde. É semelhante ao que aconteceu em 2011 e será em caráter nacional. Todas as entidades médicas dos Estados estarão envolvidas. A assembléia aconteceu para organizar a categoria e definimos algumas ações que iremos fazer. Nós temos que informar à população sobre a paralisação, pois muitos têm plano de saúde.
Colocamos os pontos principais que são objetos das nossas reivindicações. Não concordamos com a interferência antiética dos planos, que diz respeito ao controle que querem colocar na requisição de exames e tempo de internação. Também queremos que sejam colocados nos contratos dos médicos com os planos uma cláusula de reajuste. Essa cláusula é fundamental porque evita perdas, que são grandes. Outra questão é que nos últimos 10 anos, os planos tem tido um aumento que o governo autoriza através da Agência Nacional de Saúde Suplementar. Esse aumento geralmente corresponde à inflação do ano anterior e os ganhos foram de 150%, enquanto os médicos tiveram um reajuste nas consultas e nos procedimentos em torno de 50 a 60%. A disparidade é muito grande”.

A paralisação tomou proporções maiores por conta da falta de assistência dos planos e seguros. “Como nos anos anteriores não conseguimos em paralisações de um dia sensibilizar os planos de saúde, agora vamos fazer uma com duração maior. Durante esse período, os atendimentos de urgência e emergência não serão afetados, não terá nenhuma perda. Já as consultas e cirurgias que podem ser agendas em outras datas serão remarcadas”, explicou o médico.

José Ribamar afirmou que muitos profissionais estão deixando de atender pelos planos de saúde e espera que uma negociação seja iniciada para o benefício de todos. “Queremos que a sociedade entenda esse aspecto porque as entidades médicas estão fundamentadas nas questões dessas reivindicações. Fazendo isso, é possível que os planos não percam os seus médicos, pois inclusive muitos estão deixando por não ser atrativo. O médico para prestar uma boa assistência aos pacientes deve ter boas condições de trabalho. Acredito que os planos irão atender essa reivindicação e negociar. Muitos deles não dão nem atenção, por isso chegamos a esse ponto. Conseguimos alguns avanços, mas ainda não é o que desejamos”.

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