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Polícia Civil desmente versão de atentado a senador Petecão

Em entrevista coletiva realizada ontem à tarde, o secretário de Estado de Polícia Civil, Emylson Farias, desmentiu todas as informações sobre o suposto “atentado” ao senador Sérgio Petecão. A versão do parlamentar foi desconstruída ponto a ponto.

DelegadoFarias deixou explícita a irritação. “O que foi feito de fato foi um simulacro de realidade, um factoide com motivação político-partidária”, desabafou o secretário. “Isso é inaceitável. É reprovável”. Foi feita uma varredura em toda casa do senador para identificar vestígios de impacto de projétil. Nada foi encontrado.

O laudo técnico pericial está concluído. Será enviado para a Polícia Federal e para o Senado Federal. “Essas instituições tomarão as providências que considerarem necessárias”, concluiu Farias. “É extremamente decepcionante, revoltante que o Estado Polícia seja mobilizado para construir um interesse político partidário. A nossa estrela polar é a lei”.

Praticamente toda equipe da Polícia Técnica foi mobilizada para atender o suposto atentado. As investigações foram conduzidas pessoalmente pelo próprio secretário Emylson Farias. De acordo com o que foi informado na entrevista coletiva, o senador Sérgio Petecão foi convidado para prestar depoimento na Polícia Civil. Mas, não compareceu.

“O que foi noticiado foi que a casa havia sido alvajeda por disparos de arma de fogo”, lembra o secretário, mostrando em um projetor as notícias veiculadas em sites. “Foi feita uma perícia minuciosa na casa, na mesma noite, e no dia seguinte, com detector de metal. Toda a casa e muro foram minunciosamente analisados: tratava-se de um senador da República que disse ter sido vítima de um atentado contra sua pessoa. Nada foi encontrado”.
O projétil apresentado pelo senador durante o registro do Boletim de Ocorrência pode ter sido um dos disparados em um assalto que estava ocorrendo a 150 metros de sua residência. Um exame pericial será feito no projetil levado pelo senador à delegacia na sexta-feira.

Os fatos – Para entender o que ocorreu na noite de sexta, é preciso dividir a história em dois cenários. Um ocorrido na Travessa Seta, no bairro Vila Ivonete, e outro na Rua Alberto Assad, onde mora o senador Sérgio Petecão.

Na Travessa Seta, é local da residência do policial do Comando de Operações Especiais, Glaucio Souza da Silva. Por volta de 9 e meia da noite, o policial chegava da faculdade em uma moto quando foi abordado por dois homens em outra motocicleta.

Foi anunciado o assalto. O policial reagiu. Quatro disparos foram dados pelos assaltantes. Dois foram feitos pelo policial que atingiu a perna de um deles. O comparsa fugiu. O poli-cial acionou o Samu.

Os tiros
Ao entrar na rua onde mora, a vizinha do senador Sérgio Petecão (identificada apenas por Karine) avistou um carro Fiesta prata com dois rapazes “em atitude suspeita”. Com medo, acionou o Ciosp e solicitou proteção para chegar com segurança em casa. Até então, Karine não havia ouvido nenhum tiro.

Enquanto os policiais não vinham, ela deu uma volta no quarteirão e se aproximou da Rua Seta, justamente no momento em que estava ocorrendo a troca de tiros entre o policial e os assaltantes.

Apavorada, ela recuou com o carro. Fez o caminho de volta à rua da casa onde mora. Aguardou os policiais que havia solicitado em um posto de gasolina próximo e contou o ocorrido. Ao chegar em casa, encontrou com o senador que estava saindo. A vizinha também relatou ao parlamentar sobre os tiros. “A partir daí, o que ocorreu foi uma farsa”, concluiu o secretário de Estado de Polícia Civil, Emylson Farias.

Os jovens que estavam no carro modelo Fiesta, cor prata, foram ouvidos e liberados na sequência. Não tiveram nenhuma participação no episódio.

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