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Setor de Endemias de Cruzeiro do Sul pede colaboração da população

O Setor de Endemias de Cruzeiro do Sul está iniciando mais uma campanha de divulgação sobre a necessidade de a população colaborar na prevenção e combate à malária, doença que tantos problemas têm causado na região. A gerente do setor, Simone Daniel da Silva, foi entrevistada hoje de manhã no programa “Se Liga, Juruá”, da Rádio Aldeia, pelo radialista Nonato Costa, quando fez um apelo veemente aos moradores de algumas comunidades, para que autorizem a borrifação intradomiciliar, usem os mosquiteiros impregnados e se submetam ao exame de sangue, mesmo não apresentando sintomas.
Agentes
De 2010 para 2011 houve uma redução nos índices de malária em Cruzeiro do Sul de 43%. No entanto, em 2012 esse índice não teve nova diminuição, mantendo-se a média de mil casos por mês, em parte porque o período chuvoso foi longo e por outro lado porque faltou a cooperação da população em algumas comunidades interioranas. Segundo Simone, as localidades mais afetadas são: Santa Luzia do Pentecostes, Belo Jardim, Areal, Mariana de Baixo, Vila Alagoinhas, Ramal da Buritirana e bairro São Salvador.

Diariamente, de segunda a sexta-feira, os agentes saem em serviço e, nos fins de semana, o setor ainda mantém um plantão permanente no pronto-socorro do Hospital do Juruá. Em localidades onde foram distribuídos, em 2010, os primeiros mosquiteiros impregnados, eles já estão sendo substituídos por novos. Mas os agentes não encontram, por parte da população, o apoio necessário para atingir as metas.

O serviço de borrifação dentro das casas é recusado por muitos moradores de comunidades como o Belo Jardim e, segundo explica Simone, para que a medida tenha eficácia, pelo menos 80% das casas têm que ser borrifadas. Ou seja, pouco adianta borrifar uma casa se o vizinho não deixa borrifar a sua. Com os mosquiteiros, também houve problemas, já que muitas pessoas simplesmente se negaram a utilizá-los. Os mosquiteiros que chegaram recentemente têm modelos diferentes do tradicional, o que também provocou resistência em serem trocados.

Outro problema enfrentado pelos agentes é a recusa de alguns moradores de comunidades muito afetadas de se submeterem aos exames (de furar o dedo), sem apresentar sintomas. Segundo Simone, 25% dos casos de malária são assintomáticos, e assim, mesmo sem saber, o portador de malária está transmitindo a doença para parentes e vizinhos.

Outro serviço prestado pelos agentes é o acompanhamento da medicação. Ocorre que o tratamento da malária tem a quantidade certa de medicamento que deve ser utilizado até o fim, mas muitas pessoas, após a primeira ou segunda dose, quando ficam aliviados os sintomas, interrompem o tratamento e não a curam a doença completamente, permanecendo com o vírus no organismo. (Agência Acre)

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