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Embaixador do Brasil na Bolívia visita autoridades no Acre

O embaixador do Brasil na Bolívia, Marcel Fortuna Biato, esteve na semana passada em Cobija, na Bolívia, liderando a comissão brasileira que foi participar da 1ª Reunião do Comitê de Integração Fronteiriça Cobija/Brasileia/Epitaciolândia, com a participação do Ministério das Relações Exteriores, coordenada pelo Itamarati, por meio da Embaixada do Brasil em La Paz.
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Dia 19, sexta-feira, o embaixador veio a Rio Branco cumprir uma agenda de visitas. Encontrou-se com o superintendente da Polícia Federal, Marcelo Rezende, o superintendente regional do Incra, João Thaumaturgo Neto, e a chefe do Gabinete Civil, Márcia Regina de Sousa.

Além do secretário de Segurança Pública do Acre, Reni Graebner, acompanharam o embaixador o secretário da Embaixada Emerson Novais Lopes, Gregory Beshara, da Divisão da América Latina II do Ministério das Relações Exteriores, coronel Ricardo Reis Tavares, adido da defesa e Aeronáutica em La Paz, e o chefe da Divisão de América Meridional, também do Ministério das Relações Exteriores.

Na Superintendência da Polícia Federal
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Na Superintendência da Polícia Federal, o embaixador buscou informações sobre os crimes mais comuns na região de fronteira com o Acre. Alertou que, no mês de novembro, uma missão boliviana deverá fazer nova incursão na faixa de fronteira com o Brasil, área invadida por madeireiros e pecuaristas brasileiros.

Biato falou de sua preocupação com o cumprimento de prazos para a desocupação dos 50 quilômetros da fronteira boliviana, que a legislação da Bolívia não permite ser ocupada por estrangeiros.

Falou que desde 2007 o Brasil vem tentando cumprir o calendário de retirada de todos os brasileiros daquela área, mas uma série de contratempos tem impedido o cumprimento de prazos, o que causa, no seu entendimento, um sentimento de desconfiança por parte dos bolivianos.

Pediu ao delegado da Polícia Federal Marcelo Rezende o envio de um observador para a região, para inibir eventuais excessos dos dois lados. Foi informado de que tal decisão não pode partir de uma Superintendência.

Superintendência Regional do Incra
Com o superintendente do Incra, João Thaumaturgo Neto, o embaixador Biato fez uma longa explanação das negociações no âmbito do Itamarati para a retirada dos brasileiros e esclareceu que o governo brasileiro tem pressa na ação porque os prazos vêm sendo adiados desde 2007. “Os bolivianos, disse o embaixador, estão um tanto quando incrédulos com nossos reiterados pedidos de prazos”, disse.
 
O Itamaraty contratou a Organização Mundial para a Imigração (OMI) para levantar quantos brasileiros estão na Bolívia e quantos já foram assentados. Mas os números da organização não coincidem com aqueles fornecidos pelo Incra.

O superintendente João Thaumaturgo Neto deu garantias ao embaixador que já estão assentados 136 produtores rurais pelo Incra. “Até o final deste ano, mais 200 serão assentados, sendo 120 no projeto Nova Promissão e 80 no Campo Alegre. O restante, só em 2013”.

Ele recebeu um relatório detalhado das ações do Incra e, de posse do documento, terá argumentos na mesa de negociação com os bolivianos.

No Gabinete Civil
No Gabinete Civil, Biato disse à chefe Márcia Regina que é gratificante ver tantas autoridades empenhadas no processo de integração do Acre com a Bolívia. Inteirou-se dos projetos que o governo do Acre tem assinado com os bolivianos e do projeto de desenvolvimento para a região de fronteira, uma das prioridades nas ações do governo Tião Viana.
 
Márcia relatou ao embaixador sobre as relações comerciais do Acre com a Bolívia e o interesse do Brasil nas potencialidades turísticas e nos recursos naturais daquele país, com critérios responsáveis e dentro das legislações internacionais. Entre os recursos naturais, citou o látex.

Disse também que toda a produção da fábrica de preservativo é vendida para o Ministério da Saúde e falou das dificuldades de atingir outros mercados, por falta de matéria- prima.

Afirmou, ainda, que os bolivianos querem parcerias no campo da piscicultura e na expansão da rede de energia elétrica para a vila boliviana na área de Capixaba.

Outro assunto em pauta foi a criação de “free shoppings” na área de Brasileia, fato que deve impactar negativamente no comércio de Cobija. “Temos, pois, que criar novas alternativas para que esse esvaziamento não cause impactos insuportáveis para os bolivianos, pois de certa forma, isso também irá nos afetar negativamente”.

No final da tarde, o embaixador foi a Plácido de Castro conhecer a real situação das famílias que já estão assentadas pelo Incra. No sábado, 20, retornou a La Paz. (Nonato Souza/ Assessoria Sesp)

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