Ainda não era nove horas da manhã quando a juíza eleitoral da 3ª Zona, Zenice Mota Cardoso, 43 anos, chegou a Comarca de Sena Madureira. Na porta do seu gabinete, foi abordada pela reportagem que pediu uma entrevista sobre a cassação do candidato Mano Rufino (PR), divulgada pelo site do Ministério Público Estadual no final da tarde de sábado (5).
Demonstrando serenidade, a juíza disse que não foi fácil tomar a decisão de cassar um candidato às vésperas de uma eleição. “Fico triste com isso, mas tive que cumprir a lei”, revelou, adiantando que dentro de poucas horas irá tomar outras decisões importantes sobre candidaturas que também descumpriram a Lei Eleitoral.
A juíza disse que Mano Rufino, seu vice, professor Hermano e mais nove candidatos a vereador foram cassados porque promoveram eventos na comunidade Recife, no Rio Iaco, se aproveitando do programa Saúde Itinerante para angariar votos.
Denúncia partiu do Ministério Público
As informações dando conta de que a denúncia que resultou na cassação de Mano Rufino teria partido de seus adversários, foram descartdas pela juíza. Ela disse que as denúncias partiram do próprio Ministério Público, que flagou fotos de um evento realizado no Serigal Recife promovido pelo programa Saúde Itinerante, onde aparece o candidato Mano Rufino, seu vice Hermano e os vereadores acusados.
Recurso
O advogado Roberto Duarte Junior, que está em Sena Madureira, disse que vai recorrer da decisão de Zenice Mota. “Vamos reverter isso”, garantiu.
De acordo com a juíza, os acusados têm todo o direito de defesa, mas não acredita que haverá tempo para o processo, que ainda irá passar pelo Ministério Público, chegar à Corte do Tribunal Regional Eleitoral para ser colocado em votação. (Agência Contilnet)
