O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Pedro Ranzi, que esteve nesta segunda-feira visitando A GAZETA, disse que o resultado da eleição do próximo domingo deverá ser conhecido até a meia-noite. Para garantir essa agilidade, 80% do planejamento de logística já foi executado e os trabalhos seguem em ritmo acelerado. O TRE mapeou todas as localidades onde houve falhas em pleitos anteriores, seja na votação ou transmissão de dados, e enviou técnicos a essas localidades para solucionar os problemas.
Atenção especial é dada às seções que ficam em locais de difícil acesso, como seringais, aldeias indígenas e comunidades isoladas. Em todo o Acre, em 40 locais, as urnas e os técnicos só poderão chegar de helicópteros. Para estes lugares, serão enviadas 2 urnas eletrônicas e 1 de lona, na qual os eleitores poderão votar com cédulas de papel. Juízes, promotores, defensores e delegados de polícia já seguiram nesta segunda-feira para as cidades mais distantes da Capital.
Pontos críticos, como a Comunidade São Salvador, no Rio Juruá, foram visitados previamente, para as correções. O objetivo é evitar falhas na transmissão dos dados da votação. “Eleição no Acre custa caro e é um desafio. Por isso, nos antecipamos para corrigir as falhas”, declara Ranzi. Só de helicóptero serão gastos R$ 3 milhões de um custo total de R$ 5 milhões, o custo total da eleição acreana. O TRE tem 1.097 urnas de reserva, que poderão ser usadas em caso de problemas.
O presidente defende que a população compareça em massa para votar, como forma de valorizar toda a trajetória política do Brasil, que já viveu tempos de ditadura, em que o eleitor sonhava com a possibilidade de poder eleger seus representantes. “Muitos morreram pelo sonho da democracia e isso deve ser valorizado”, lembra.
A novidade desta eleição é que a população poderá acompanhar a apuração feita pelo TRE, por meio de um telão, que será instalado no estacionamento da Arena da Floresta.
Tranquilidade
O período de campanha, segundo Ranzi, tem sido tranquilo. Cita como “alteração”, o caso de Feijó, onde houve prisões e o Ministério Público Eleitoral pediu a impugnação da candidatura à reeleição do prefeito Dindim, por abuso de poder econômico e político. Ele espera que essa semana e o dia da eleição também sejam de calmaria.
Para Ranzi, a legislação eleitoral, ao mesmo tempo em que é dura e tira um pouco da alegria das campanhas, controla o poder econômico e dá possibilidades iguais para todos os candidatos.
Segundo o presidente, a Justiça Eleitoral, deve interferir o mínimo possível no pleito, onde as estrelas são os candidatos e os eleitores.
Mais de 10 mil votarão com a digital
Nas cidades de Assis Brasil e Bujari, 10.719 eleitores vão votar utilizando a digital. É a votação biométrica, na qual o eleitor é reconhecido por meio da digital e da íris ocular. Segundo Pedro Ranzi, o objetivo do Tribunal Superior Eleitoral é que nas eleições de 2016, em todo o Brasil, a votação seja biométrica.