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Tião Viana: “as obras não param no inverno”

Tiao-1710Tião Viana, o médico que virou senador e governador, tem índice de aprovação popular de 90 por cento. Ele concorda que perdeu prefeituras importantes nas últimas eleições, mas comemora o fortalecimento do PT, que elegeu 50 vereadores e o fato do  candidato a prefeito  de Rio  Branco, Marcus Alexandre,  ter sido o mais votado no primeiro turno. Com dinheiro em caixa para trabalhar no inverno em todo o Acre, Tião Viana busca agora  tecnologias que permitam não parar  as obras  mesmo  embaixo de chuva. Bem humorado, falando em humildade e muito trabalho, o governador, visitou A GAZETA e concedeu essa entrevista.

A GAZETA – As chuvas já se pronunciam, mas por enquanto se vê máquinas do governo em vários pontos da capital, no interior, na BR 364. O objetivo é trabalhar até quando? E como continuar?  
TIÃO VIANA  – As obras do Programa Ruas do Povo não param. Há trabalho nos bairros  Jorge Lavocat, Defesa Civil, Alto Alegre, Caladinho. Lembrando que o Ruas  Ruas do povo inclui as ruas, a  drenagem, esgoto  e água. Em 2013, vamos estar bem a frente de são Paulo e Rio de Janeiro  com relação à  saneamento.   Claro, que o inverno retrai um pouco, mas vamos trabalhar até  novembro e esperamos pelo veranico de dezembro. Temos algo inédito  que é a capacidade de investimentos de R$  100 milhões para este inverno. Mas temos que buscar formas, tecnologias para executar o serviço  mesmo na chuva, como a  Odebrecht  fez no Peru, com cobertura em cima das obras, que podemos usar inclusive para a Cidade do Povo. Tem ainda a BR  319 em Rondônia, onde também as obras, cobertas, não pararam.  Aqui é muito plano e o lençol freático é raso, mas vamos tocar o que der. Há coisas como  pontes, bueiros,  dutos de drenagem e  desobstrução de vias, que  estão   bem adiantadas e que  continuamos normalmente. Ainda com relação as obras, vamos despoluir o Parque da Maternidade. O esgoto não vai mais correr pelo meio do canal. Vamos  buscar as saídas dos domicílios, que não estão ainda canalizadas e vamos refazer tudo. Será um grande trabalho.  Com relação às estradas,  o Crema, vai liberar agora R$  143,5 milhões para  os serviços da BR 364. Ontem  foi dada a ordem de serviço.  Hoje estrada está em suas  melhores condições e nem houve restrição de cargas Até Cruzeiro do Sul. A estrada nunca mais será fechada. Há 20 quilômetros entre Feijó e o Rio Jurupari que  serão refeitos e os 18 quilômetros de pendência da Construmil que estão sendo solucionados.  Na  317  vamos trabalhar até o 52 depois de Brasiléia.  Na  Transacreana vamos fazer até o  cem. Na  estrada de Porto Acre vamos levar as obras  até a sede do município. Em  2013 haverá também o Programa Ramais do Povo. Nós vamos asfaltar 500 quilômetros de ramais em todo o Estado, dando prioridade às áreas mais produtivas.   

A GAZETA – E as obras da Cidade do Povo?
Tião Viana – Essa semana saiu a  decisão judicial, que  negou ação civil pública do  Ministério Público, que tentava barrar a obra. Serão feitas  mais de dez mil casas, além de toda a estrutura de cidade, como unidade de saúde, de segurança… . O  alvará e a fase  cartorial estão  em andamento. Agora é a fase da  terraplanagem, das ruas, obras de base para drenagem esgoto e água. Em novembro vamos iniciar as  edificações.

A GAZETA – E a solução para problemas  graves,  que atrapalham inclusive  a tração de novos investidores   para o estado, como as quedas de energia, a falta de água?  
 TIÃO VIANA – o segundo linhão  da energia elétrica vai estar funcionando  até o dia  15 novembro. E vamos ter água  24 horas por dia na Capital em 2013. A  meta é que  em  novembro o aquífero passe a  abastecer o  reservatório Santo Afonso  com quatro milhões  de litros de água permanentemente. Nós teremos todo cuidado para preservar essa, que é uma área sagrada, que pode abastecer uma cidade de até  800 mil habitantes. Vamos buscar parcerias com o Ministério de Meio Ambiente, Agência Nacional de Àguas para  ver as regras para o uso  sustentável do aquífero. Não podemos contaminar essas águas com esgotos domésticos, por exemplo.  Por  isso não entendo porque alguns foram  contra  a Cidade do Povo, que vai  tirar  milhares de pessoas de cima do aquífero.  Este mês  mais de 80 por cento do Segundo Distrito  terá esgotamento sanitário.  Já temos bairros modelo como o  Novo Habitar Brasil, que conta com rede de esgotos e estação de tratamento de esgotos.  O esgoto é  98 por  cento  purificado. É próximo ao Jardim Europa. Uma obra simples de  pouco mais de  R$ 360 mil, que deixou o bairro todo saneado.  

A GAZETA – Falando agora em política. O Sr. Está tranquilo com relação  à vitória de  Marcus Alexandre  no segundo  turno? E acha que o candidato reúne as qualidades que tiram aquela ideia de que ele seria “um pau mandado do governo”?
TIÃO VIANA –  Esse momento é de  humilde e otimismo.  Temos que ter dedicação intensa para esse novo momento de segundo turno. Estou vendo uma grande força e alegria nessa campanha.   O  perfil do  Marcus Alexandre é uma coisa  rara. Ele tem ao mesmo tempo: humilde competência, disposição para o trabalho e é profundo  conhecedor dos problemas  da Capital. É uma promessa  para as   novas gerações. Um bom nome para  levar adiante o trabalho que fizemos. Ele certamente não será um pau mandado. Marcus  sabe por exemplo, que para manter vias, que seriam de responsabilidade da prefeitura, o  governo gasta mais de dez milhões, enquanto o orçamento da Emurb, por exemplo, é de R$ 8 milhões.  Ninguém  pode esnobar uma aliança como essa. Marcus sabe a importância do perfil técnico aliado ao político.  

A GAZETA – Governador mesmo com  ações como o Ruas do Povo, a Frente Popular  não elegeu a maioria dos prefeitos. A oposição fez 13 prefeitos, inclusive em cidades como Cruzeiro do Sul e Brasiléia. Em Rodrigues Alves, por exemplo, a primeira a ser toda pavimentada, o PT não elegeu o prefeito. O que faltou?  
TIÃO VIANA –  Uma coisa  é certa: ou se renova a pessoa ou os métodos de trabalho. E  foi o que fizemos aqui na Capital e tivermos  a maior votação no primeiro turno. Mas será que todos os  prefeitos se renovaram? Em Brasiléia, por exemplo, onde estávamos no poder há 12 anos. Será  que isso aconteceu. E em Rodrigues Alves?  Além disso   estamos em uma  crise  federativa. Se o Estado perdeu R$ 100 milhões este ano, imagine a situação dos  municí-pios…. Os prefeitos mal conseguem pagar as  folhas dos servidores.  O Ruas do Povo diminui  o pessimismo, mas não foi suficiente.  Em  Cruzeiro do Sul, por exemplo, levamos  água e Ruas do Povo para áreas como o Bairro Miritizal.  Lá  ganhamos  na área urbana, mas perdemos em locais isoladas e  zonas rurais. Isso é sinal que onde a informação chega,  o povo  faz uma boa leitura e responde nas urnas. Me orgulho das mudanças que fizemos na Capital e interior com a Secretaria de Pequenos Negócios e Seaprof,  que alteraram  o cenário econômico nos municí-pios, inclusive na área rural.   Mas temos que ressaltar que o Partido dos Trabalhadores elegeu 50 vereadores, foi  o partido que mais fez vereadores. E as alianças continuam sendo propostas:  agora  depois da eleição já tem gente “do lado de lá” que querem vir para o nosso lado.  Tem ainda gente do  PSDB,  PP, PRB,  PTB, PTN, PDT, PMN e parte do Psol nos apoiando. Tem político eleito pela oposição que já quer fazer alianças  mas vamos deixar isso para depois. Agora com relação ao  governo em si, todos os eleitos, terão o apoio  sim, nas obras que melhorem a vida da população.   
 
A GAZETA – Em 2013 haverá mudança no secretariado?
Tião Viana – Estou satisfeito com minha equipe, mas o objetivo é buscar a perfeição, principalmente quando se trata do atendimento à população.  Nisso eu quero excelência.  Sei que muita coisa melhorou, mas a população que me deu 90 por cento de aprovação, sempre  será levada em consideração.

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