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Não invalida

A concessão de habeas corpus aos dois pecuaristas acusados de se beneficiarem de uma rede de exploração sexual em nada diminui a gravidade do crime nem tão pouco invalida o trabalho de investigação que vem sendo feito pela Polícia Civil e Ministério Público Estadual.

Trata-se apenas de um recurso jurídico previsto na legislação, mas que não exime os acusados responderem em todas as instâncias pelos crimes dos quais são acusados. Embora, a expectativa e o clamor da sociedade fossem de que os acusados – não só os dois, mas todos os investigados – passassem mais tempo na cadeia, como costuma acontecer com outros que não têm condições de recorrer aos préstimos de bons advogados.

Contudo, independentemente, dessas questões de ordem jurídica, a sociedade espera que a Polícia e o Ministério Público continuem e aprofun-dem as investigações para desmantelar essa rede de exploração sexual, envolvendo inclusive casos de pedofilia. Como espera e exige que a Justiça seja rigorosa na aplicação das penalidades previstas em lei.

Como se disse, trata-se de um crime hediondo, praticado quase sempre às custas da pobreza e da miséria de garotas que deveriam estar estudando, se formando para a vida e não vendendo seus corpos para sobreviver.

Por mais frouxos e liberais os costumes, não se pode aceitar e transigir sobre questões que envolvem a dignidade humana. Ou então tudo será permitido.

Categories: EDITORIAL
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