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Acre x Bolívia

São 109 anos de história. Há mais de um século o Acre se tornara o primeiro território federal do Brasil com a assinatura do Tratado de Petrópolis. O nosso querido país não tinha direito algum sobre as terras acreanas. Então o Barão do Rio Branco traçou uma grande estratégia e convenceu a Bolívia vender o Acre.

O documento encerrou a disputa entre os dois países pelo território do Acre, mas não encerrou a disputa entre acreanos e bolivianos. É visível que a guerra sempre continuou, a maioria das vezes pela parte dos “patrícios”, diga-se de passagem.

Os problemas enfrentados por estudantes brasileiros que moram na Bolívia, por exemplo, não é mais novidade para ninguém. Os jovens, que vão em busca de uma formação acadêmica, passam por diversas situações nada agradáveis. Preconceito, humilhação e maus-tratos por parte de policiais e autoridades bolivianas, além dos assassinatos.

E por falar em policiais bolivianos… Eles gostam é da “bufunfa”. Molhe a mão dessas criaturas e o seu problema (ou o que eles criaram pra você) se resolverá em segundos. Nas últimas semanas, uma pessoa conhecida teve que pagar R$ 300,00 aos policiais no aeroporto de Cobija para poder embarcar. Só isso! Fofos, né?

Cerca de 300 mil bo-livianos, a maioria irregular e trabalhando com pirataria e falsificação, moram em São Paulo. Aqui no Acre a situação não é diferente. Muitos vivem em Rio Branco e de alguma forma ganham o seu “dinheirinho”, mas em momento algum foram expulsos ou extorquidos. Aqui, eles são respeitados e bem tratados. Já no lado de lá, não se pode dizer o mesmo. Em abril, os proprietários das lojas Halley, que ficava localizada em Cobija, foram expulsos da Bolívia. O prejuízo da empresa acreana chegou à R$ 4 milhões. Isso tudo porque os empresários denunciaram um esquema de corrupção e fraude na falsificação de notas fiscais que resultou no desvio de U$ 1,2 milhão em mercadorias em apenas um ano.

Um boicote às compras na zona franca da Bolívia foi cogitado em ser realizado, por conta do resrespeito aos acreanos. O movimento ganhou força nas redes sociais, mas não passou disso. Não houve muito resultado. Basta ir à Cobija nos finais de semana e feriados. Os acreanos estão lá fazendo compras.

Pelo visto, isso irá durar por muito tempo. Acreano tem memória curta, esquece logo do que passou. Enquanto isso, os “patrícios” irão agir da mesma forma com os brasileiros lá. Continuarão extorquindo, humilhando, maltratando e outras coisas. Conflitos, infelizmente, irão permanecer enquanto estivermos dando credibilidade à eles.

* Evely Dias é jornalista.
E-mail: evelydias@gmail.com

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