Sinceramente, eu não entendo a rejeição de algumas pessoas quanto ao uso da fiscalização eletrônica no trânsito de nossa cidade. Para mim, é uma questão óbvia enquanto política não somente de monitoramento, mas que tem como intuito maior a prevenção de acidentes. Se existe a necessidade de controlar a velocidade, é uma decisão baseada em dados, portanto, é uma decisão de preservação à vida.
É fato, os acidentes acontecem em sua maioria, pela imprudência do cidadão. Em casos com vítimas no Acre, 90,27% são colisões de veículos em horários de pico. As estatísticas da seção de engenharia do Detran apontam que, quando da retirada dos radares das vias públicas de Rio Branco, no fim do mês de março de 2011, o número de óbitos em acidentes de trânsito cresceu na ordem de 10% no mês de abril e 86% em maio, inclusive, com o registro de morte na região do Centro da Capital, ocorrência atípica desde a implantação dos equipamentos de fiscalização eletrônica.
Anualmente, o Brasil gasta R$ 4 bilhões com despesas de saúde ocasionadas por acidentes de trânsito. O problema do trânsito não termina nos acidentes que causa. Além disso, os gastos que são dispensados com o atendimento aos acidentados poderiam ser revertidos aos demais doentes que apresentam outras doenças de causas naturais.
Entre janeiro e julho do ano passado, 481 pessoas foram internadas vítimas de acidentes de trânsito no Acre. Além dos argumentos expostos, atrelados também ao crescimento da frota de veículos, que hoje excede o número de 126 mil automóveis e motocicletas somente na capital, é visível a importância de restabelecer a fiscalização eletrônica para fortalecer o trabalho de segurança no trânsito do Acre.
Ela auxilia os órgãos de trânsito no cumprimento das normas de segurança de trânsito definidas pela lei, através da aplicação de tecnologia moderna de informática e eletrônica.
Eu entendo e defendo a utilização deste tipo de fiscalização, não como instrumento de multa, mas como uma forma de cuidar da vida, de prevenir acidentes. Até porque, ela passou a existir exatamente em conseqüência dos acidentes causados pelo excesso de velocidade. Portanto, você cidadão que é prudente no trânsito, não tem com o que se preocupar, pois não será multado já que estará agindo de acordo com a lei.
* Andréa Zílio é jornalista.