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Acompanhantes denunciam falta de atendimento nos Hospitais do Câncer e Idoso

Falta de atendimentoApós a última chuva que caiu na capital, um raio atingiu a placa da internet do Hospital do Câncer e por problemas no sistema, as consultas na unidade deixaram de ser marcadas. A cabeleireira Tânia Regina Borges procurou a reportagem do A GAZETA para denunciar a situação.

Celso Rogério Borges, 50 anos, é irmão de Tânia e faz tratamento contra um câncer no hospital. Ela contou que a situação dele ficou complicada e que há dias vai ao hospital, mas não tem nenhum retorno. “Há doze dias as consultas não são marcadas e para fazer a quimioterapia, é preciso que o paciente passe pela consulta médica. Às vezes os pacientes que fazem o tratamento há mais tempo conseguem, mas muitos estão saindo das consultas e não sabem o retorno.

É um sofrimento muito grande. O meu irmão nesse período piorou bastante. Ele fez a radioterapia e teria que seguir com a quimioterapia. Agora a gente tem que ficar esperando, os funcionários não fazem nada. Mas essa é uma doença que não espera, ele pode morrer a qualquer momento. Tem pessoas aqui com a situação muito pior. É uma realidade muito triste. Isso aqui é um sofrimento. Meu irmão já faz tratamento há dois anos aqui. A situação agravou no fígado e ele necessita ser cuidado urgente”.

Outra leitora, que não quis se identificar, também procurou a reportagem. Ela informou que os acompanhantes dos idosos não estão conseguindo marcar consultas no Hospital do Idoso, a menos que eles estejam presentes. A acompanhante foi tentar marcar uma consulta para o pai doente, que já tem a idade avançada. Após enfrentar uma grande fila, a atendente exigiu que o paciente estivesse presente e afirmou que era uma lei.

A reportagem procurou a direção dos dois hospitais. De acordo com Paula Patrícia, gerente administrativa do Hospital do Câncer, o problema já está sendo solucinado e que não afetou os pacientes. “Devido à última chuva, um raio queimou a uma peça da internet. Para marcar as consultas, precisamos entrar em um sistema. Em Rio Branco não tinha e tivemos que pedir de fora. Nossos técnicos já estão instalando e logo o problema será resolvido. Apesar disso, os atendimentos da quimioterapia estão funcionando normal. Estávamos marcando consultas manualmente e os médicos estavam atendendo pacientes acima da quantidade normal”.

Já Yotaro Suzuki, diretor clínico do Hospital das Clínicas, afirmou que o idoso deve procurar, em primeiro lugar, uma unidade de saúde do bairro onde mora. “Iniciamos a discutir a regulação e diferenciação da política de atenção ao idoso, onde verificamos o que o módulo de saúde, centro de saúde e unidade terciária irá atendê-los. É uma organização da rede. A pessoa idosa deve procurar o centro de saúde do bairro onde mora. Será feito um atendimento e dependendo da situação, ela será encaminhada ao local correto para ser atendida e passar por consultas ou procedimentos. Se o idoso tiver mais de 80 anos, ele deverá vir direto ao Hospital do Idoso.

Com idade inferior, deve buscar o centro de saúde. É necessária a presença do idoso. Se não puder comparecer para agendar a consulta, nós acionamos o serviço social, que irá até a residência da pessoa fazer o atendimento e verificar se há necessidade de encaminhá-lo ao hospital”.

A consultora Silvana Leite explicou que essa mudança foi realizada para diminuir a concentração de pessoas no Hospital do Idoso. “O clínico no centro de saúde irá atender e ver os critérios para o encaminhamento ao geriatra. Todos os médicos receberam os critérios de acompanhamento para geriatria. A própria organização da unidade de saúde irá agendar, se for necessária, uma consulta no hospital. Dessa forma fica muito mais fácil. A nossa intenção é corrigir um fluxo equivocado que estava acontecendo na unidade terciária”.

Marise Lucena, assessora técnica do gabinete da secretaria estadual de saúde, informou que a mudança irá melhorar no atendimento ao idoso. “Muitas pessoas podem ser tratadas na unidade de saúde básica. O nosso objetivo é garantir a assistência ao paciente com qualidade e de forma humanizada, é por isso que estamos realizando essas mudanças para melhorar o atendimento e organizá-lo”.

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