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Malabaristas ganham a vida nos semáforos das ruas de Rio Branco

Quando a luz vermelha acende nos sinais das principais ruas de Rio Branco, entram em cena os malabaristas de rua. Por cerca de 30 segundos, eles fazem a apresentação de suas habilidades com objetos, tentando impressionar motoristas e conseguir algumas moedas. Com um sorriso no rosto, eles agradecem ao público, que contribui com um trocado em reconhecimento ao trabalho.

A cada dia que passa os semáforos não só daqui, mas de todo o país atraem um número maior de pessoas que utilizam o malabarismo como meio de vida. Anônimos transformam os semáforos em picadeiros e mostram na rua a essência da arte circense. Geralmente levam uma vida itinerante, passando por vários lugares.

Guardalupe Andress, 31 anos, é uma malabarista de rua. Desde pequena gostava de fazer malabarismo. Há 10 anos a argentina está na estrada. E ela não está sozinha: a filha Samay Andress, de 5 anos, acompanha a mãe em todos os momentos. “Nós viemos ao Acre para conhecer e como forma de sobrevivência fazemos malabares. Já passamos por várias cidades do Brasil e outros países. Gostamos de viajar e o malabarismo é uma arte que levamos a todos os lugares. Faço fotografias artísticas, mas não trabalho para ninguém”.

No momento, ela mora em uma casa com mais 6 pessoas. “Estamos morando em uma casa cedida. Alguém nos emprestou por um tempo. Os acrea-nos são muito legais. Gente boa. E a cidade é muito bonita. A assistência concedida a nós também é muito boa. Levei a minha filha ao médico e ela foi bem atendida”, disse Guardalupe.

E em meio às viagens, Guardalupe conheceu o também argentino Leando Vera, de 23 anos. Eles se tornaram amigos e parceiros de trabalho. “Conhecemos um ao outro há algum tempo, de outras viagens, nos encontramos e estamos até morando no mesmo lugar”.

Além de malabarista, Leandro trabalha com artesanato. Ele contou que gosta de conhecer os lugares, mas que passa pouco tempo em cada cidade. “Cada lugar é uma cultura, pessoas diferentes. Viajamos justamente para conhecer isso, os costumes, comidas e outras coisas. Dependendo da cidade, ficamos por um tempo”.

O trocado que é ganho nos sinais serve para as coisas básicas. “O dinheiro que ganhamos dá para sobreviver, comprar comida. No Brasil não passamos fome. As pessoas são sensíveis”, disse o artista.

No final do ano, o trio deixará a cidade, disse Leandro. “Vamos ficar até o Natal e depois vamos embora. Mas ainda não temos um destino certo. Não sabemos para aonde vamos. Essa é a nossa vida. É o que gostamos de fazer”.

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