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Servidores em greve do TJ ameaçam fazer greve de fome

A greve dos servidores do Tribunal de Justiça do Acre (TJ/AC) já dura 35 dias. O principal motivo da paralisação é a indefinição sobre a votação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), que motivou a decisão da categoria.
Greve Justiça - F.Alexandre Noronha
De acordo com Leusson Rangel, presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Acre (Sinspjac), um plano modificado foi apresentado pelo pleno do tribunal e eles se reuniram com os deputados estaduais para não aprová-lo. “Os deputados nos receberam e debatemos a questão da não aprovação desse plano e que a gente entre em um consenso com o TJ. Para ser aprovado, o plano deve passar pela bancada da assembléia legislativa”.

O servidor afirmou que a decisão de aprovar o PCCR foi feita de forma irregular. “A Fundação Getúlio Vargas fez um plano de cargos baseado no orçamento, lesgilação e salubridade e o pleno do TJ mostrou um plano totalmente avesso do que estava sendo debatido e discutido durante esses dois anos. A proposta que nós temos agora é de não aprovar o plano que foi apresentado, já que fere os direitos de todos os servidores e amarra toda a categoria. Se o servidor tiver 20 anos de serviço, ele perderá isso”.

A greve poderá tomar proporções maiores nos próximos dias. “O nosso plano foi rasgado e fizeram outro. Os desembargadores modificaram tudo. Dependendo da situação, iremos realizar uma greve de fome coletiva. Vamos sentar com a categoria porque se não radicalizarmos agora, vai ficar difícil. Essa é a nossa proposta, o único problema é que temos servidores antigos, grávidas e mulheres que estão amamentando e fica complicado, mas do que depender da diretoria iremos realizar”, concluiu Leusson.

Deputados estaduais suspendem sessão para encaminhar negociação entre TJ e servidores
Os servidores do Tribunal de Justiça do Estado do Acre, em greve por ajustes no Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), realizaram nova manifestação na Aleac na manhã desta terça-feira, 6, em protesto contra um substitutivo do plano aprovado pelos desembargadores e que está prestes a ser encaminhado para votação pelos deputados.
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O 1º vice-presidente da Mesa Diretora, deputado Hélder Paiva (PEN), suspendeu a sessão por sugestão do líder do governo, deputado Moisés Diniz (PCdoB), como forma de garantir aos servidores de que o documento não será votado e sequer deu entrada no protocolo da Aleac. Moisés se reuniu representantes do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário e uma comissão composta pelos deputados Geraldo Pereira, líder do PT; major Rocha, líder do PSDB e Chagas Romão, Líder do PMDB.

De acordo com Moisés Diniz, a Aleac deve servir como uma ponte entre os servidores e o Tribunal de Justiça. “O Poder Legislativo não pode interferir de nenhuma forma na negociação do Poder Judiciário, mas temos condições de servir como intermediários. Vamos reunir o nosso presidente, deputado Elson San-tiago (PEN) com o presidente do TJ, desembargador Adair Longuini, e ouvir o outro lado deste conflito”, argumentou Moisés, lembrando, porém, que os 24 deputados assumiram a posição de não votar o documento enquanto não houver consenso entre desembargadores e a categoria.

O presidente do Sindicato, Rangel Araújo, lembra que o PCCR foi construído dentro do projeto de reforma do Poder Judiciário do Acre, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas ao custo de R$ 3,6 milhões. “Foram quatro anos de trabalho que o TJ rasgou e jogou fora apresentando um substitutivo e anunciando em seu site que foi aprovado pelo Sindicato”, relatou Rangel.

Moisés Diniz deu garantia aos trabalhadores de que a Aleac vai apoiar a luta dos servidores, mas lembrou que em uma negociação cada uma das partes deve ceder um pouco. “Vamos nos reunir com os desembargadores e ouvir suas razões e fazer de tudo para que cheguem a um acordo, pois o ano legislativo está terminando e se não for votado logo, o PCCR não poderá ser aplicado em 2013”, alertou o líder do governo. (João Maurício/Agência Aleac)

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