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Esquema de presidiários que tramavam morte de deputado tinha acreano envolvido

ELIAS MALUCO - 17 PRESOSAs administrações de presídios federais estão mais atentas desde a descoberta, na 1ª quinzena deste mês, no dia 13, de que 17 detentos de um presídio federal de segurança máxima de Mato Grosso do Sul (MS), em Campo Grande, estariam tramando a morte de um deputado federal paranaense, Fernando Francischini, e novos ataques criminosos no Rio de Janeiro. Entre os 17 presos, 1 deles é natural do Acre e seria integrante fixo do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Os demais 16 presos envolvidos na ‘tramoia’ são: 7 do Rio de Janeiro (6 do Comando Vermelho e 1 do Terceiro Comando); 2 são do PCC de Mato Grosso do Sul; 2 do PCC de Santa Catarina;   1 do PCC de Pernambuco; 1 do PCC do Maranhão, Ceará, 1 do PCC do Rio Grande do Norte e 1 do PCC do Espírito Santo.

O plano foi maquinado durante ‘reuniões deliberativas’ dos presos de vários estados, inclusive o acreano (que não teve nome revelado), na hora dos famosos ‘banhos de sol’. Ele servia para viabilizar a articulação de investidas bem organizadas de bandidos e criminosos de estados e até de facções criminosas diferentes, fora dos presídios.

O deputado era alvo porque é autor da proposta, na Câmara Federal, de um Projeto de Lei (de no 592/2011) que prevê o enrijecimento de medidas internas de presídios federais para os chefões do crime (exemplo: eles tomariam banhos de sol isolados, ficariam com celas individuais, teriam restrições no contato com parentes e advogados, só receberiam visitas em cabines blindadas, etc.). Os ataques no Rio de Janeiro seriam os primeiros em protesto a tal Projeto de Lei.

O esquema foi descoberto e exposto através de um relatório de inteligência da Polícia Federal.  Os presos foram separados assim que o plano foi desmanchado e estão sendo reenviados a outros presídios federais, em estados diferentes. O destino deles não foi revelado.

O cuidado especial das gestões dos complexos penitenciários federais é para evitar que ocorra um fenômeno que especialistas denominam como ‘estreitamento de laços de facções criminosas’. Neste processo, bandidos membros ou líderes de grupos criminosos (ou seja, quadrilhas com ‘ideologias’ bem definidas para ações ilícitas) estão se reunindo cada vez mais em prisões federais para unificar suas organizações. E, assim, formar facções criminosas com atuação a nível nacional, com braços em vários estados. Um exemplo disso é a Falange Vermelha, um grupo que nasceu no RJ e já se espalhou para vários estados.

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