O ex-deputado Roberto Barros Filho foi preso na manhã desta quarta-feira, 21, sob acusação de um suposto plano de morte de três autoridades judiciárias, entre elas a desembargadora Denise Bonfim e o secretário de Polícia Civil, Emylson Farias.
De acordo com informações dos delegados Nilton César Boscaro da Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado – DECCO e Robert Alencar da Delegacia Itinerante, responsáveis pela investigação, a denúncia contra o ex deputado Roberto Nogueira Barros Filho foi feita pelo irmão dele, o escrivão de polícia Gilson Nogueira Barros, que teria detalhado o plano de execução supostamente elaborado pelo irmão Roberto Filho.
Segundo o denunciante, o ex deputado Roberto Filho teria contratado uma pessoa da cidade de Manaus para quem prometeu a recompensa de um imóvel (casa) naquela cidade, se matasse a desembargadora Denise Bonfim e o Secretário de Polícia Civil, delegado Emylson Farias. Segundo Gilson Barros, o irmão teria levado a pessoa que não teve o nome revelado a vários pontos da cidade onde as supostas vítimas trabalham e residem.
Segundo informações da polícia, a denúncia de Gilson Barros teria sido confirmada por um sobrinho de Roberto Filho e a pessoa supostamente contratada para executar as autoridades.
Polícia cumpre Mandado de Busca e Apreensão nas residências de Roberto Filho
Nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira investigadores da – DECCO comandados pelos delegados Nilton César e Robert Alencar cumpriram dois Mandados de Busca e Apreensão em duas residências de propriedade de Roberto Filho que ficam localizadas no Conjunto Esperança, onde ele reside com a família e em uma Chácara na Rodovia AC 40. Na propriedade rural a polícia apreendeu um rifle calibre 22 e um revólver calibre 38 municiado. Segundo a polícia, as armas possuem registros, mas não estariam no nome de Roberto Filho.
Como cumpre liberdade condicional por ter sido condenado a mais de cinco anos de prisão por um incêndio criminoso, Roberto Filho foi conduzido a Delegacia de Combate ao Crime Organizado para explicar a posse das duas armas de fogo encontradas em sua propriedade.
Levado para a Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado, (Decco), da Polícia Civil, Roberto Filho negou as acusações.
“Eu fui agredido pelo meu irmão, que me colocou uma pistola no peito e outra na minha esposa (Lenice Barros) porque eu queria que ele desocupasse minha chácara, onde estava morando de favor. Ele se revoltou, nos agrediu e foi criar esse fato”, Alegou Filho.
Com relação as armas Roberto Filho afirmou que o revólver pertence ao irmão Gilson Barros, que morava na Chácara até poucos dias atrás e o rifle ele disse que é uma arma antiga que foi de propriedade de seu pai já falecido.
Os delegados Robert Alencar e Nilton César comunicaram a Justiça a apreensão das armas e autuação do ex deputado por posse ilegal de arma encontradas na Chácara, isso poderá resultar na regressão de regime e retorno do ex-deputado ao presídio Estadual por quebra do beneficio de progressão de pena.
Indícios mínimos de plano de morte
Segundo o delegado Nilton César, da Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado – DECCO os indícios de que o ex-deputado Roberto Filho estaria planejando a morte da desembargadora Denise Bonfim e do Secretário de Polícia Civil, Emylson Farias, são mínimos, mesmo assim as investigações continuam.
Suposto motivos para execução das autoridades
Segundo a polícia, as denúncias contra o ex-deputado Roberto Filho, foram levadas ao conhecimento das autoridades de segurança pelo irmão dele Gilson Barros, um sobrinho e um terceira pessoa que não teve o nome revelado.
De acordo com o depoimento dos três denunciantes, Roberto Filho teria chamado o sobrinho, que mora em Manaus e que já cumpriu pena por homicídio, para “fazer um serviço de pintura” em Rio Branco. Já no Acre, o mesmo indivíduo teria sido levado por Roberto Filho às fachadas de algumas residências, supostamente, de propriedade das pessoas que seriam assassinadas e depois lhe foi mostrado fotos dessas pessoas.
O motivo para a suposta execução da desembargadora Denise Bonfim seria porque na época do incêndio na casa de Roberto foi ela, então juíza, quem decretou a sua prisão por incêndio criminoso.
Com relação à Emylson Farias, sua morte seria encomendada porque no período em que foi titular da Decco ele comandou as investigações que levaram Roberto Filho para a prisão pela primeira vez, por indícios de participação no crime organizado no Acre.