Como se anunciou, cerca de 280 detentos deverão ser beneficiados pela Justiça com a dispensa natalina. Nada a opor. É um benefício que lhes assiste e que deve ser concedido. O que preocupa é que medidas estão sendo tomadas para fazer o devido acompanhamento para que eles, suas famílias e a própria sociedade possam passar o Natal e as festas de fim de ano de forma ordeira e pacífica.
Pela legislação, têm direito a estes benefícios os presos que já estão cumprindo suas penas em regime semi-aberto e que tenham bom comportamento. Até aí tudo bem. O que preocupa a sociedade é o percentual desses detentos que estão neste mesmo regime e acabam reincidindo no crime, voltando para a prisão ou então continuam a delinquir.
Não se trata de preconceito nem de generalizações. O índice de reincidência é verdadeiramente significativo, basta observar as ocorrências policiais divulgadas diariamente pelos meios de comunicação.
O problema é que não existe neste país um acompanhamento psico-social desses presos dentro e fora dos presídios nem por parte do Estado e muito menos por parte da Justiça. Cumpridas as exigências legais, eles são simplesmente soltos. Alguns acabam sim aproveitando essa nova chance para se reintegrar à família, à sociedade, mas a maioria acaba reincidindo nas mesmas práticas ou até mesmo piorando.
O pior é que se trata de um problema grave que nenhuma instituição quer assumir.