No Acre, o comércio de veículos leves sofreu redução de 13,32% em novembro comparado a outubro. É um percentual de queda acima da média nacional. Em todo país, houve redução de 9,14% no mesmo período.
Embora, o acumulado de vendas durante o ano registre saldo positivo de 14,18%, a redução em novembro sempre preocupa porque pode marcar tendência de queda no último mês também. Mas, o setor acredita na retomada das vendas.
“Historicamente, a segunda dezena de dezembro, os clientes vão às compras”, esperança-se o presidente da Fecomercio e também proprietário de uma concessionária, Leandro Domingos.
O presidente da Fecomercio alerta que, a partir de janeiro, haverá acréscimos nos custos de comercialização. “Em janeiro, a tabela de veículos novos sofrerá alinhamento de preços e terá o IPI incorporado”, afirmou. Domingos calcula que poderá haver até 11% de “alinhamento de tabela”.
A Fecomercio calcula que, mesmo tendo essa queda em novembro comparada a outubro, a venda de carros aumentou, se for comparado a novembro de 2011. A Fecomercio registra que houve aumento nas vendas de 12% se confrontados novembro de 2012 com novembro de 2011.
Isso reforça ainda mais que a redução atual na comercialização tem como causa o cenário de crise mundial. A sensível cadeia produtiva do setor automotivo vai absorvendo as consequências do cenário de crise sistêmica, apesar das medidas protecionistas adotadas pela equipe da presidente Dilma Rousseff e contestadas por países ricos junto à Organização Mundial do Comércio.
Planejamento blindou Acre do cenário de crise, afirma secretário Edvaldo Magalhães
E le é teimosamente otimista. Mesmo em um cenário de crise sistêmica porque passa o mundo e vários setores da economia brasileira, o discurso do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Edvaldo Magalhães, tem o tom entusiasta.
Nessa entrevista concedida ao Acre Economia, logo após a assinatura de convênio com o Ministério da Pesca e Aquicultura, ele falou sobre o setor de piscicultura no Acre e os investimentos que o programa oficial já fez e não poupou críticas ao vizinho Amazonas.
Se pudéssemos resumir em um raciocínio provocador, seria possível dizer que, em se tratando de processamento de peixe em escala industrial, o Amazonas, em breve, vai poder aprender aqui no Acre.
Sobre os problemas nas Áreas de Livre Comércio, foi taxativo. “O Acre não pode cair na cantilena de querer ser o salvador da pátria e dizer que não vai querer fazer guerra fiscal”, afirmou. “Quem não fizer guerra fiscal vai perder, até que esse país tenha a coragem de fazer uma Reforma Tributária”.
ACRE ECONOMIA: 2012 foi um ano bom?
Edvaldo Magalhães: 2012 foi um ano muito bom. Não foi apenas um ano bom. Em 2012, nós botamos em pé os principais programas que a secretaria está à frente. Em alguns, liderando o processo. Em outros, sendo parceiros prioritários. Foi o ano em que nós tivemos oportunidade de dar o passo mais firme. Porque, no ano de 2011, nós estávamos construindo projetos, construindo programas. Levamos praticamente de seis a oito meses para conceber isso. E dar o passo no sentido de contratar projetos para depois você licitar projetos e fazer investimentos. Em 2012, não. Foi o ano da ação concreta. De você ir para a ponta e começar a erguer os grandes projetos e também a começar e finalizar alguns.
ACRE ECONOMIA: E a crise?
Edvaldo Magalhães: A crise é fato. Ela é real. A cara feia da crise bateu na porta do Governo do Estado e bateu na porta das prefeituras. Num Estado como o nosso, que está no coração da Amazônia, um Estado pequeno ainda no Norte do Brasil, a crise quando bate, nós sentimos primeiro.
ACRE ECONOMIA: Como é que a crise ‘bate na porta’ e mesmo assim foi ‘um ano muito bom’?
Edvaldo Magalhães: Porque o Estado do Acre se preparou para enfrentar a crise.
ACRE ECONOMIA: De que forma?
Edvaldo Magalhães: A crise não nos pegou de calça curta. A crise não nos pegou desprevenidos. Na maioria dos Estados que depende de FPE para fazer seus investimentos, certamente a crise inviabilizou os investimentos no ano de 2012. Nós, não. Nós já temos uma tradição aqui no Acre: o governador Jorge Via-na estabeleceu a saúde fiscal do Estado como uma questão inegociável para que nós pudéssemos bater na porta de instituições financeiras e viabilizássemos o nosso crescimento com a contração de empréstimos para investimentos. Isso possibilitou que, na gestão do governador Tião Viana, contratássemos um empréstimo de 700 milhões de reais, por exemplo, com o BNDES, em um período de apenas sete meses. Nós só conseguimos fazer isso em 2011 porque nós tínhamos saúde fiscal, equilíbrio fiscal.
ACRE ECONOMIA: Outros Estados…
Edvaldo Magalhães: Outros estados se quisessem fazer isso não conseguiriam. O Amapá, por exemplo, não conseguiria. Porque não tinha capacidade de endividamento. Se Rondônia fosse atrás de fazer isso também não conseguiria porque está com sua capacidade de endividamento comprometida. Não só esse como os que estão sendo aprovados este ano, como o do Banco Mundial, do Banco Interamericano, por exemplo. Se nós tivéssemos aqui dependendo de emendas parlamentares, de emendas coletivas, da boa vontade de recursos extra-orçamentários do Governo Federal para fazermos os nossos investimentos, o Acre tinha parado em 2012. Ou então, teria sentido um grande baque no ano de 2012. O que deu fôlego para os investimentos do Estado em 2012? Os recursos do BNDES. E os recursos do PAC que são recursos já garantidos e não contingenciados.
ACRE ECONOMIA: Os fornecedores estão todos recebendo em dia?
Edvaldo Magalhães: Nós não tivemos problemas de liberação e nem de atraso do que nós contratamos. Não existe nenhuma empresa do Acre que preste serviço para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico para construção de obras estruturantes etc. que esteja com um real pendurado em atraso conosco. Nenhuma empresa. Nós estamos pagando em dia. Porque nós nos preparamos aqui, aprovamos, antes do período eleitoral, as exigên-cias do BNDES. E estamos com obras em curso. Estamos pagando, agora em dezembro, uma série de faturas e medições e vamos pagar em janeiro e vamos pagar em fevereiro… Estou falando aqui de contratos acima de 130 milhões de reais. Portanto, nos preparamos para a crise. Se o Governo do Acre não tivesse essa capacidade fiscal de se endividar para fazer investimentos… E quando você se endivida e faz investimentos, o dinheiro volta, a economia roda.
ACRE ECONOMIA: O senhor poderia dar um exemplo?
Edvaldo Magalhães: O que salvou as prefeituras do Acre no meio da crise? Que poderiam estar pior hoje… Elas estão enfrentando graves problemas hoje, mas poderiam estar pior. O ICMS, que é partilhado hoje, quase dobrou. Hoje, as prefeituras têm, no ICMS, uma fonte de receita que é quase do tamanho do FPM. Isso, há três anos, quatro anos, não existia. E por que o ICMS cresceu tanto? Porque esses investimentos, feitos pelo Governo do Estado, são investimento que fortalecem a economia como um todo. E isso diminui os impactos da crise. Não é que nós não estejamos sentindo a crise. Apesar da crise, 2012 foi um ano que podemos dizer que foi muito bom do ponto de vista dos nossos investimentos.
ACRE ECONOMIA: Quando o governo afirma que o Acre vai ser o endereço do peixe na Amazônia, que referências vocês têm? A indústria vinculada ao setor no Pará e Amazonas não são muito mais estruturadas…?
Edvaldo Magalhães: Primeiro que Manaus não tem indústria focada nisso.
ACRE ECONOMIA: O Amazonas não tem indústria ficada na piscicultura?
Edvaldo Magalhães: Não tem indústria focada na piscicultura. A maior parte do peixe que o Amazonas consome é o peixe das piracemas. Ele compra no fim da tarde, processa… isso não abastece vinte por cento do peixe que o Amazonas consome. O Amazonas hoje importa peixe do Acre. E importa peixe de Rondônia. O Amazonas hoje não tem um frigorífico sifado. Não existe hoje um frigorífico sifado. Tem um frigorífico simples de peixe. E a piscicultura no Amazonas, para você ter uma ideia, os centros de reprodução de alevinos que tem lá são inferiores aos que estão instalados no Acre hoje, sem a Peixes da Amazônia. O secretário de Produção do Amazonas, por exemplo, está marcando para visitar o nosso centro, que, inclusive, é meu camarada de partido do PCdoB, Aron Bezerra. O Amazonas tem muito peixe de rio, mas a piscicultura é fraca. Assim como Belém.
ACRE ECONOMIA: E Rondônia…?
Edvaldo Magalhães: Rondônia tem uma piscicultura forte. Tem muitos tanques. Já está com a cultura do pirarucu bastante avançada, mas não tem um projeto integrado. Eles engordam o peixe, mandam para o Mato Grosso ou para Manaus, mas não tem um processamento industrial lá em Rondônia. Nós vamos ser o endereço do peixe na Amazônia porque aqui nós estamos investindo no alargamento da nossa base de produção. Portanto, nós vamos, sim, em 2014, poder produzir 20 mil toneladas de peixe por ano nessa primeira fase de peixe, frutos da piscicultura. Nós vamos processar isso em unidades frigoríficas modernas. E vamos poder ter condições de negociação melhores porque vamos ter preços mais competitivos, porque vamos ter ração de alta qualidade e vamos ter alevinos em grande quantidade. Portanto, mais baratos. Vai ser uma piscicultura que o Amazonas não tem; que Belém não tem. Quem mais se aproxima do Acre é Rondônia, mas lá não tem esse sistema integrado.
ACRE ECONOMIA: Eu já fui algumas vezes ao mercado Elias Mansour, mas eu só encontrei peixe de Boca do Acre sendo vendido lá…
Edvaldo Magalhães: O peixe que você viu lá e que você sempre vai encontrar lá é peixe de rio, vindo de Boca do Acre, que não é de açude, não é de piscicultura. Se você for hoje na Ceasa, você vai encontrar peixe de piscicultura do Acre. Agora, existe a tradição de você comer o peixe do rio. Quem é que não gosta de um surubim grande? De um mandi? Peixe fruto de pesca artesanal tem um grande volume em um determinado período do ano. Depois, ele desaparece. Portanto, ele não dá conta de um abastecimento permanente. Portanto, não é um peixe competitivo. Aliás, o Amazonas, a cada piracema, vai para o Jornal Nacional por estragar peixe porque não tem capacidade de armazenagem e nem de processamento.
ACRE ECONOMIA: Hoje, a nossa produção de peixe está calculada em cinco mil toneladas por ano. Isso garante o abastecimento interno?
Edvaldo Magalhães: Isso abastece o mercado interno, mas como é que o piscicultor vive hoje? Quando tem peixe de rio, ele guarda o peixe dele. Porque o peixe de rio é mais barato. E é mais do gosto do nosso povo. Então, ele fica tendo prejuízo porque ele fica custeando o peixe no açude, embora com menos ração. O piscicultor fica segurando o peixe, para regular o mercado. Quando escasseia o peixe do rio, então, ele entra no mercado. Para compensar o período que ele fica guardado. Resultado? O peixe fica no preço alto. Então, hoje, o preço oferecido pelo piscicultor é caro. Tem lugares aqui que eu já vi vender o quilo do piau a doze reais. Com o aumento do número de piscicultores no Juruá, o preço caiu para oito reais, mas ainda está alto.
ACRE ECONOMIA: Quando se fala nessa piscicultura moderna e competitiva, fala-se de quais produtos?
Edvaldo Magalhães: Nós queremos botar no mercado do Amazonas, que é um grande mercado consumidor é o peixe processado. Nós queremos colocar lá o filé do peixe. Nós queremos colocar lá o peixe sem espinha. O peixe processado tem um valor agregado muito maior.
ACRE ECONOMIA: O Complexo de Piscicultura não tem o mercado interno como foco. A impressão que dá para muita gente é que o projeto prioriza o mercado externo com produto diferenciado, e o mercado interno fica à parte dessa prioridade. O acreano vai comer o peixe produzido pelo complexo?
Edvaldo Magalhães: Essa afirmação não condiz com a realidade e nem com a Peixes da Amazônia…
ACRE ECONOMIA: Desculpa, mas eu já entrevistei o Jaime Brum [consultor do projeto] e ele afirmou…
Edvaldo Magalhães: Se você escutar o resto da resposta e deixar eu explicar, você vai entender. O nosso mercado interno é muito pequeno. Para quem quer produzir 20 mil toneladas de peixe por ano, o mercado interno vai consumir o quê? Cinco mil? Três mil? E o restante? Então, você tem que olhar para o mercado consumidor maior. Qual é o maior mercado consumidor que nós temos hoje? É o externo? Não. É o mercado brasileiro. O Brasil importa mais da metade do peixe que consome. O mercado nacional vai ser extraordinário.
ACRE ECONOMIA: Vai utilizar a mesma lógica da comercialização da castanha?
Edvaldo Magalhães: Exatamente. O mercado brasileiro é o nosso mercado principal. Mas, nós temos que estar preparados para o mercado internacional. Por isso que o nosso frigorífico vai ser um frigorífico sifado. Porque quem tiver pagando mais é quem vai levar o nosso peixe. No fundo é isso. Quem vai decidir para onde vai o nosso peixe não vai ser a vontade exclusiva do conjunto de sócios da Peixes da Amazônia. Nós temos que tratar o mercado acreano como um mercado importante, mas também nós não podemos canibalizar esse mercado.
ACRE ECONOMIA: Não inviabilizar os piscicultores que já estão atuando…
Edvaldo Magalhães: Nós temos as cooperativas, por exemplo. Se você pegar a cooperativa do Bujari, ela está atendendo à merenda escolar. Junto com outra cooperativa, pode atuar no Acre inteiro. A Peixes da Amazônia vai ter que entrar com a merenda escolar para botar peixe se uma cooperativa já atua de forma eficiente no setor? O mais importante na discussão do mercado é a seguinte: o piscicultor pergunta ‘se eu tiver muito peixe, eu vou ter para quem vender?’ Porque tem alguns hoje que estão com esse problema. Se você pegar hoje o Betão, o Miguel [ex-proprietário do Varejão Popular], eles têm muita produção. Em alguns momentos do ano, eles ficam com muito peixe guardado no açude para fazer venda para Manaus e outros lugares. Eles não têm fluxo muito garantido ainda hoje. Com o processamento no frigorífico, isso vai ser resolvido.
ACRE ECONOMIA: Sem interferências do governo?
Edvaldo Magalhães: O Governo não vai ter voz nem na comercialização e nem no gerenciamento desses negó-cios da piscicultura. Nós somos fomentadores.
ACRE ECONOMIA: ZPE. Você compreende que é muito difícil entender a tão divulgada ZPE sem ter nenhum emprego gerado em fábricas instaladas lá? Como explicar?
Edvaldo Magalhães: O projeto industrial é complexo. Qual projeto industrial saiu do papel, se ergueu e começou a funcionar em menos de dois anos? Na ZPE isso leva mais tempo. Porque não se trata de conceber um projeto industrial. Você tem que viabilizá-lo e aprová-lo em Brasília, em um Conselho de Ministros. Porque nós somos gerenciados da ZPE. Os projetos passam pela aprovação do Governo Federal por conta dos incentivos fiscais. Então, tem um controle muito grande. A ZPE do Acre foi a última autorizada e a primeira a ser alfandegada, legalizada. O fato de estar legalizada não significa que vá gerar imediatamente o primeiro emprego. Para a sociedade, para a comunidade, a ZPE começa a funcionar no dia em que sair a primeira carreta com produtos feitos lá, ou quando a sirene de uma fábrica tocar anunciando o início dos trabalhos.
ACRE ECONOMIA: E qual a perspectiva?
Edvaldo Magalhães: Nós queremos ter, até o fim deste ano, dois projetos seguros de que vão estar dentro da ZPE. Quais são? Um eu posso dizer. O outro só quando o empresário autorizar a divulgação porque são negócios. A que já está confirmada é a Amazon Polímeros. Está aprovada na Comissão Técnica dos três ministérios que analisam os planos de negócios. Foi aprovada no conselho técnico dos ministérios. E vai estar na pauta no dia 12 agora no Conselho de Ministros para aprovar a instalação dessa indústria. A possibilidade é que no dia 15 de dezembro isso possa ser publicado no Diário Oficial da União.
ACRE ECONOMIA: Vai produzir o quê?
Edvaldo Magalhães: São três linhas de produção. São três grandes galpões, fora o de armazenamento. Vai produzir uma linha de equipamentos para rotomoldagem, que é a máquina que faz, por exemplo, caixa d’água. Fazem também, por exemplo, materiais de jardinagens, playgrounds de plásticos. A matéria-prima é plástico.
ACRE ECONOMIA: Os insumos vão ser abastecidos via Pacífico?
Edvaldo Magalhães: Essa indústria já abastece mercados da Bolívia, do Peru, Argentina, Chile e estão na América Latina toda, produzindo a partir de São Paulo.
ACRE ECONOMIA: Decidiram entrar na ZPE, mesmo com as atuais exigências legais.
Edvaldo Magalhães: O perfil deles exige presença no mercado externo. São exportadores. Parte dos equipamentos que eles montam são importados. Na ZPE, eles vão ser mais competitivos do que fora dela. A produção de insumos será outra linha de montagem. E eles também vão botar uma linha de produtos acabados. É uma indústria completa.
ACRE ECONOMIA: Secretário, o que o Governo do Acre tem articulado para que o uso das Áreas de Livre Comércio seja justo para todos os comerciantes?
Edvaldo Magalhães: O Brasil vive uma guerra fiscal. O Acre não pode cair na cantilena de querer ser o salvador da pátria e dizer que não vai querer fazer guerra fiscal. Quem não fizer guerra fiscal vai perder até que esse país tenha a coragem de fazer uma Reforma Tributária que estabeleça uma regra para todo mundo. Enquanto ela não sai, a gente tem que sobreviver. Eu sou a favor de estender a Área de Livre Comércio até Rio Branco para botar todo mundo na mesma disputa. Nós não temos que excluir empresas que estão em Epitaciolândia, ou Brasiléia, ou Cruzeiro do Sul. Nós temos que discutir como estender os benefícios para o Acre inteiro. Por exemplo: as distribuidoras que estão em Guajara Mirim, em Rondônia, estão pegando os incentivos da Área de Livre Comércio e vindo canibalizar os nossos distribuidores aqui em Rio Branco. Quem tem que ser protegido é quem está instalado no Acre, gerando emprego no Estado e pagando imposto.
NOTAS ECONÔMICAS |
“Que nada, rapaz!”
Engana-se quem pensa que o governador Tião Via-na ficou em uma “sinuca de bico” ao ser escolhido, em reunião de governadores de estados não produtores de petróleo na terça-feira, para fazer interlocução com a Presidência de República na questão da divisão dos royalties. “Que nada, rapaz! Essa interlocução é boa para o Acre”.
Sem receio
“Não se pode ter medo do debate”, disse. Colocando o peso do corpo em uma das pernas e levando as duas mãos à cintura, vociferou. “Quer dizer que a gente paga impostos, custeia a Petrobras e os benefícios ficam só com os estados produtores? Não. O Petróleo é um patrimônio da União”.
Veto
Ponderado, Viana argumenta que “o veto da presidente Dilma foi correto”: uma estratégia para construir um cenário favorável a um consenso. A conversa com a ministra das relações institucionais, Ideli Salvatti, foi realizada. Mas, ainda não se sabe as consequências práticas.
Sofisticação
A notícia de que 40 farmácias se uniram para formar a maior rede do setor no Acre expõe bom cenário no comércio varejista, mas que precisa ser observado com cuidado. O aspecto positivo é que aponta um grau de sofisticação do comércio varejista pouco comum na região. Mas, o cuidado por parte dos órgãos fiscalizadores diz respeito à prática dos preços. Nesse setor, o consumidor é referência mais que especial.
Confiança
Por enquanto, é preciso dar um voto de credibilidade à iniciativa da Fecomercio/AC, a articuladora do processo de construção da rede. Com maior poder de negociação na hora da compra junto aos fornecedores, a lógica é que os preços na rede tenham tendência de queda.
De novo I
E lá vem de volta a discussão a respeito dos radares para controle de velocidade em área urbana. Isso já foi discutido neste espaço. O processo de educação/formação de bons condutores não deve parar nunca. É contínuo. A presença dos radares, para quem respeita as leis do trânsito, não incomoda. Os radares são necessários. Ponto.
De novo II
O problema é que muitos condutores no Acre ainda raciocinam no velho tempo da permissividade nas relações com o poder público. Certamente, essas “relações” ainda não acabaram, mas diminuíram bastante.
De novo III
Essas pessoas quando se sentem cobradas, buscam logo a palavra “perseguição” ou, no caso do trânsito, sacam a expressão “indústria da multa” para se contrapor a um instrumento legítimo e necessário em qualquer lugar com o mínimo de civilidade.
Hawai aqui I
Baile do Hawai. Um evento que já faz parte do calendário de eventos do Estado e possibilita em um único mês uma grande movimentação em salões de beleza, lojas de confecção, costureiras e venda de materiais para produção da decoração.
Hawai aqui II
Mesmo sendo um período que as contratações são temporárias, o evento gera quase mil postos de trabalho entre diretos e indiretos, desde a produção de roupas, passando por decoração, segurança e atrações musicais.
Uma coisa…
Na entrevista com o secretário de Desenvolvimento, Edvaldo Magalhães, é preciso o leitor ficar atento para um aspecto. Uma coisa é a movimentação financeira por meio da pesca.
… é uma coisa
Outra coisa é a movimentação financeira fomentada por uma cadeia em base industrial. É isso o que fundamenta a comparação dele entre Acre, Amazonas e Pará. A afirmação de que o Acre “será o endereço do peixe” na região tem esse raciocínio como referência.
Honestidade
Há honestidade na fala de Edvaldo, na medida em que assume a condição de ser o Acre um Estado pobre, ainda dependente dos repasses constitucionais.
Óbvio?
Parece óbvia a conduta, mas não é. É claro que não será um secretário de Estado o paladino e porta voz do cenário de crise. Tem que ser otimista mesmo. O problema é a tentativa por parte de alguns outros de construir um cenário ilusório a cada novo evento. É preciso ter bom senso.
Nota em alta
Presidente da Acisa, Jurilande Aragão, está com prestígio em alta. O artigo publicado nesta GAZETA no último domingo foi bastante comentado entre outras associações comerciais no país.
Prático
Espera-se que a aprovação do Projeto de Lei 1.472/2007, que trata da discriminação de nove impostos na composição dos preços dos produtos, seja breve. Ganha o consumidor. Ganha o cidadão.
Isolados
Governo do Acre assina novo empréstimo junto ao Bird. São R$ 88,9 milhões destinados às obras de infraestrutura urbana para os municípios isolados de Marechal Thaumaturgo, Porto Walter, Jordão e Santa Rosa do Purus.