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“O Acre, dentro da linha do esporte, vai ter uma visão do antes e depois desse centro”

Mauro de Deus - FOTO JPUm lugar que engloba várias modalidades como futebol, futsal, handebol, voleibol, basquete, artes marciais, atletismo, natação e outros. Será que é possível tudo isso num só espaço? Para o Governo do Estado, é possível. Na semana passada, o governador Tião Viana, o secretário de Obras Públicas (Seop), Wolvenar Camargo, e o secretário adjunto de Esporte, Mauro de Deus, anunciaram a construção de um sonho para os esportistas acreanos: o primeiro e maior Centro de Treinamento da região.

Um espaço que vai ser um complexo fechado, com campos de futebol, pista de atletismo, parque aquático, Ginásio Multiuso, dormitó-rios e alojamentos, laboratórios de fisiologia e estacionamento amplo. Um investimento total que se aproxima de R$ 40 milhões – o projeto ainda não foi finalizado. Uma obra prevista para ser concluí-da no ano das Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.

“É um espaço que será fechado, com uma guarita na entrada e as pessoas vão precisar se identificar pra poder entrar. É uma fiscalização necessária, porque é um lugar que precisa ser preservado, já que vamos ter um alto investimento”, disse o secretário adjunto de Esporte, Mauro de Deus.
De acordo com pesquisas realizadas pela equipe do Governo, o projeto do Centro de Treinamento vai atingir mais de 100 mil pessoas durante o ano no Estado. Um complexo esportivo com uma infraestrutura invejável jamais visto na região.

“O Acre, dentro da linha do esporte, vai ter uma visão do antes e depois desse centro. O que está sendo muito discutido em todo o país é qual o legado que a Copa do Mundo e principalmente a Olimpíada está deixando. A Olimpíada é no Rio, mas quem faz os atletas é todo o Brasil, e todos os secretários estão buscando recursos para equipar os seus estados. Talvez em 2016 não consigamos tantas medalhas, mas o projeto é a médio/longo prazo, vai ser deixado um legado com os estados mais pobres na infraestrutura de esporte de alto rendimento”, afirmou o secretário.

Para Mauro de Deus, o Centro de Treinamento vai causar uma mudança radical na percepção dos dirigentes locais. As federações e clubes vão precisar ter uma participação mais efetiva, o que aumenta a responsabilidade dos mesmos. Mas será que os esportistas acreanos estão preparados para tamanha mudança?

“Hoje há uma discussão muito grande com clubes, atletas e presidentes de federações. Nós fazemos parceria com o convênio, e uma das coisas que eles alegam é que o Estado tem que dar condição física. Isso nós concordamos, mas eles têm que fazer o papel deles com um treinamento mais especializado. A gente não pode custear eles e não ter nenhum resultado. Com essa estrutura que será construída, nós vamos cobrar das federações para que tenham um trabalho de qualidade pra que a gente tenha um retorno do trabalho que está sendo feito. O legado é que o Acre vai ser outro. Todo Estado tem talento. As federações vão ser obrigadas a levar seus atletas para os treinos”, garantiu.

Projetos - Divulgação 1
Inicialmente, o complexo será administrado pelo Governo do Estado. Não está descartada a possibilidade das próprias federações gerenciarem os seus respectivos espaços. Mas, para isso, os dirigentes terá que apresentar garantias ao poder público.

“As federações que apresentarem uma equipe de gestão e condições financeiras para manter o espaço, nós vamos discutir a ideia, fazer um contrato com a nossa supervisão e acompanhar sempre o que está acontecendo. Hoje, sendo bem sincero e com todo respeito às federações, não vejo nenhuma delas com condições, porque são federações altamente dependentes do próprio Estado, vivem a espera do convênio do Governo. Não culpo os dirigentes, mas é preciso fazer um trabalho de gestão. É um diálogo que nós vamos amadurecer com o tempo”, frisou Mauro de Deus.

O Centro de Treinamento é um projeto em médio prazo e será construído entre os anos de 2013 a 2016. Na primeira fase (com custo de R$ 15 milhões – convênio do Governo com o BNDES e emenda parlamentar do senador Aníbal Diniz), a previsão é construir o complexo para treinamento de futebol, o laboratório que vai dar suporte a todas as modalidades no processo de avaliação e a pista de atletismo. Na segunda fase, o Ginásio Multiuso (com dimensões internacionais, com capacidade para até oito mil pessoas), de 2014 a 2015. E depois o complexo aquático e a conclusão do centro total.

Arena da Floresta
A intenção da equipe governamental é concluir o projeto inicial do Estádio Arena da Floresta ao longo das duas primeiras fases do projeto do Centro de Treinamento. Com a conclusão, o estádio passará a ter capacidade para 20 mil torcedores.

“Muita gente se questiona hoje, por exemplo, que o setor da cabine (setor 1) é onde pega sol à tarde, mas não foi erro de projeção não. O projeto original, o local das cabines e das autoridades é do outro lado (setor 3), mas não houve a conclusão da segunda fase. Muita gente não sabe e diz que foi erro de projeção”, disse Mauro de Deus.

Elefante branco?
Uma das maiores preocupações na construção de grandes praças esportivas é se o espaço tem possibilidade de virar um “elefante branco” – o que aconteceu nos estádios da África do Sul, por exemplo.

“É importante salientar que tudo que está sendo construído é visando o esporte e também eventos culturais e sociais. Como vamos fazer estádios milionários e depois não ser usado? Isso está sendo muito discutido e a ideia é não termos nenhum “elefante branco”. Queremos construir espaços prioritariamente para o esporte, mas que tenham vida útil para outros grandes eventos e que sejam usados pela comunidade também”, finalizou Mauro de Deus.

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