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Weverton: “vou fazer do ano de 2013 o auge da minha carreira”

Weverton Pereira da Silva. O acreano que desafiou os prognósticos futebolísticos, se destacou em gramados nacionais e sonha em vestir a camisa da Seleção Brasileira. O goleiro, que tem 24 anos, conquistou dois acessos seguidos à Série A do Campeonato Brasileiro e já é chamado de “Rei do Acesso”. Ele começou no Juventus, passou por Corinthians/SP, Remo/PA, Oeste/SP, América/RN, Portuguesa/SP e hoje é titular absoluto do Atlético/PR – onde tem contrato até 2015.
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Weverton começou a jogar bola no “campinho” do bairro Bahia (Palheral) e em 2002 foi para o Juventus. Três anos depois fez bons jogos na Copa São Paulo Júnior e assinou contrato com o Corin-thians, clube que lhe proporcionou experiência e lhe abriu portas.

Respeitado e com um leque de oportunidades se abrindo, Weverton exala humildade e sonha em vestir a tão cobiçada camisa da Seleção Brasileira. Um sonho cada vez mais real, já que em 2013 ele vai atuar na elite do futebol canarinho. Alguém duvida do rei do acesso?

A reportagem de A GAZETA conversou com o jogador na manhã da última segunda-feira (3), na sede do Juventus, clube que o revelou para o futebol. Com os pés no chão, Weverton brincou com a história da estrada, desabafou sobre uma polêmica citação em um site esportivo e falou dos desafios do próximo ano. Confira abaixo os principais trechos da entrevista exclusiva:

A GAZETA: Weverton, o sonho da maioria dos jovens do Brasil é ser jogador de futebol. Esse era o seu sonho também?
Weverton: Eu sonho com isso desde criança. Acho que a gente já nasce com esse desejo de virar jogador de futebol porque só vê jogador pela televisão. Então você fica ali sonhando eu quero ser igual, eu quero ser isso aí. Coloquei na minha cabeça, busquei esse objetivo e graças a Deus deu certo. Comecei jogando numa escolinha que tinha no meu bairro, na Bahia (Palheral), onde eu morava e depois passei pelo Recriança. Em 2002 cheguei no Juventus até ir pro Corinthians, e foi lá onde tudo começou.

A GAZETA: Como foi essa história que você foi esquecido na viagem para disputar a Copa São Paulo de 2005?
Weverton: Foi uma viagem um pouco tumultuada (risos). A gente parou pra almoçar e fui no orelhão ligar pra minha família. Quando vi o ônibus tava indo embora, me deixando. Eu falei: “Meu Deus do céu, fiquei na estrada”. Aí chegou um cara que viu que eu era da delegação e ligou pro posto policial que tinha lá na frente pra mandar o ônibus voltar. Depois de meia hora eles voltaram, aí quando eu entrei no ônibus levei aquela vaia normal e aquela dura do Illimani (Soarez, na época treinador). Essa foi a história da viagem, mas no final deu tudo certo e gerou o que está acontecendo na minha vida hoje.

A GAZETA: Você acreditava que essa viagem seria tão determinante na sua vida?
Weverton: Desde quando eu soube que ia jogar contra o Corinthians, já criei uma expectativa, porque sabia que jogar contra eles ia trazer muita coisa, muita mídia. Quem jogasse bem, se não fosse pro Corinthians ia pra outro clube grande porque tinha muita gente vendo. Eu pensei: agora é a minha oportunidade. Deu tudo certo, fui bem nos três jogos e acabou tendo esse interesse do Corinthians. Fiquei três anos lá, foi um período importante pra mim, aprendi muito. Quando saí de lá, saí com uma certa experiência.

A GAZETA: Esse ano foi preciso tomar uma decisão importante. Você subiu com a Portuguesa, mas foi jogar a Série B pelo Atlético Paranaense. Por quê?
Weverton: Pra mim foi uma decisão muito difícil. A proposta financeira da Portuguesa era boa, mas o dinheiro nem sempre é o importante. Conversei com a minha família, com meu empresário, e a gente sabia que o Atlético não era time de Série B, que era um momento passageiro. Por isso decidi ir e ajudar o time a voltar pra Série A.

A GAZETA: Essa semana surgiu uma polêmica na internet. Os torcedores da Portuguesa entenderam que você deu mais importância para o acesso com o Atlético. O que aconteceu?
Weverton: Ah, isso foi um site que publicou uma fala minha de maneira errada. Eu não menosprezei o acesso pela Portuguesa, muito pelo contrário. Conseguimos o acesso com sete rodadas de antecedência. Com o Atlético, só confirmamos o acesso na última rodada. O que eu quis dizer é que com o Atlético foi mais difícil. Só isso.

A GAZETA: Seu contrato com o Atlético Paranaense é até 2015. A intenção é continuar lá?
Weverton: A princípio tenho o desejo de continuar sim, mas isso quem está resolvendo é meu empresário e o Atlético. Agora eu quero aproveitar as férias, curtir minha família e em janeiro eu me reapresento, até porque tenho contrato.

A GAZETA: Você acredita estar no auge da carreira?
Weverton: Ainda não, porque eu acho que tem muita coisa pra eu viver ainda. Talvez o auge da minha carreira possa ser esse ano de 2013, jogando bem uma Série A, aí sim vou chegar onde eu quero. Vou fazer de 2013 o auge da minha carreira.

A GAZETA: Como você falou, vai jogar a Série A no próximo ano. A chance de ir pra Seleção aumenta?
Weverton: Começa a ficar próximo, porque a gente sabe que na Série B isso não acontece. A cada ano que passa essa realidade vem tomando conta de mim porque as coisas que eu tenho planejado tem dado certo. Subi com a Portuguesa, subi com o Atlético. E minha aposta agora é jogar a Série A, fazer um bom campeonato e aí sim vê o que acontece mais pra frente.

A GAZETA: Pra finalizar, o que você diria para aquele atleta da periferia de Rio Branco que se espelha em você pra tornar o sonho de ser jogador de futebol real?
Weverton: O que eu falo é sempre acreditar e persistir no sonho. Há dificuldade aqui, há sim, realmente é um pouco maior pra quem é do lado de lá (eixo Rio/SP). Mas é importante acreditar. Toda vez que tiver uma competição de nível nacional como a Copa São Paulo, ir lá e fazer o melhor. A chance de sair é ali.

PERFIL
NOME: Weverton Pereira da Silva
APELIDO: Weverton
POSIÇÃO: Goleiro
IDADE: 24 anos
ALTURA: 1,90m
PESO: 91 Kg
CLUBE ATUAL: Atlético/PR

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