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Acreanos aprovam maior rigidez nas punições da ‘Lei Seca’

 A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta quinta-feira, 20, sem vetos, a lei que tornam mais rígidas as punições para motoristas flagrados dirigindo alcoolizados. O novo texto, publicado no Diário Oficial da União (DOU), determina que outros meios, além do bafômetro, possam ser usados como provas de embriaguez ao volante, como vídeos, fotos, testes clínicos, testemunhas do policial ou de terceiros e qualquer outro tipo de prova admitida pela Justiça.

O texto também prevê o aumento da multa. Atualmente, o valor é de R$ 957,65. Agora, o motorista flagrado sob o efeito de álcool ou drogas psicoativas terá que desembolsar R$ 1.915,30. Em casos de reincidência em um período de 12 meses, a multa dobra, chegando a R$ 3.830,80, além de determinar a suspensão do direito de dirigir por 1 ano.

A reportagem de A GAZETA foi às ruas para saber se a população aprova ou não a nova mudança.

O vigilante Valter Rocha acredita que, com a nova decisão, muitos acidentes serão evitados. “Se foi para o benefício de todos, acho válido. A pessoa tem que se conscientizar que não vale a pena dirigir embriagado. Já que a embriaguez é a causadora de vários acidentes, nada mais justo do que uma punição adequada para isso. Acho que a partir de agora os acidentes vão diminuir”. Raimundo Gomes, taxista, disse que sem a educação, nenhuma punição, por mais rígida que seja, surtirá efeitos.

“As pessoas bebem e dirigem porque querem. Elas sabem que é proibido. Aprovo a mudança na lei porque estamos lidando com vidas. Falta a educação no trânsito, porque mesmo com a punição rigorosa muitos ainda vão continuar fazendo errado. Falta compreensão e conscientização”. A universitária Tayrine Machado afirmou que a mudança irá trazer benefícios.

“Quanto mais a pessoa bebe, ela dirige e pode matar alguém. Acho que se a lei mudar será bom. É correto porque se não colocar a rigidez, as pessoas não vão entender que podem prejudicar alguém ou até ela mesma. Vai da consciência de cada um”. A lei anterior não era suficiente para conscientizar os condutores, frisou o senador Sérgio Petecão.

“Todo instrumento e mecanismo criado no sentido de aumentar a rigidez é uma forma de coibir excessos. Por mais que já existisse a lei, não era suficiente ainda. Foi correta a decisão da presidente em sancionar a lei. Se fizermos um levantamento, os índices de acidentes caíram muito. Quando se aumenta o rigor, a tendência é que se possa diminuir muito mais. Acredito que, com a nova lei aprovada, a conscientização será maior”. O empresário Alexandre Fernandes é proprietário de um bar há 30 anos. Com a lei seca, muitas pessoas deixaram de frequentar o local. “Apesar de eu ter uma freguesia fixa, o movimento com a lei seca caiu bastante. Quem bebia mais, hoje bebe menos com medo da fiscalização e a gente acaba perdendo parte do lucro. Tenho certeza que agora, com essa lei, muitas pessoas vão deixar de beber e dirigir”.

O funcionário público Rodolfo Albuquerque afirmou que o alto valor da multa vai fazer com que muitos condutores não dirijam sob o efeito do álcool. “É só mexendo no bolso que a pessoa vai dar valor à lei. Antes a pessoa podia se recusar a fazer o teste do bafômetro, não ia presa e ficava impune. Essa é a única forma de punição que pode trazer a mudança, acho muito válido essa repressão”. Para o Major Márcio Alves, coordenador da operação Álcool Zero, a severidade da pena vai inibir o condutor que insiste em desrespeitar e dirige alcoolizado. “Essa decisão foi correta e trará resultados no combate e na coibição dessa infração no trânsito. Agora há a certeza de que quem bebe e dirige será punido. Antes, essas pessoas se beneficiavam com a falha da lei. A sociedade deve comemorar, pois o clamor dela foi atendido”, concluiu.

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