Para combater a dengue, que está voltando silenciosamente nesse período de chuvas, 150 agentes da comunidade foram empossados na manhã desta segunda-feira (17). Os agentes, escolhidos pelos líderes comunitários dos bairros com o maior índice de infestação do mosquito, irão trabalhar na própria comunidade para que uma nova epidemia aconteça. A intenção é atingir 140 mil imóveis em 15 bairros.
Em fevereiro deste ano, a ação foi realizada e 500 foram contratados temporariamente. Os Agentes da Comunidade irão reforçar o trabalho dos 142 agentes de endemias municipal. Cerca de 120 casos suspeitos são notificados semanalmente. Na última semana, 131 foram notificados e destes, 17% foram confirmados.
De acordo com Izanelda Magalhães, gerente do departamento de vigilância em saúde, a população precisa aderir à campanha e ajudar no combate. “Nós temos uma avaliação que é extremamente de alerta. O município hoje vive uma situação bem mais favorável a do ano passado no número de casos de dengue, mas não podemos baixar a guarda, nesse período sazonal de muitas chuvas e ocorrências de caso. A população irá nos ajudar novamente. Os agentes da comunidade irão fazer a visitação de casa em casa nos bairros considerados prioritários, reforçando todo o trabalho que o agente de controle de dengue vem fazendo com sucesso na cidade. Temos que alertar a população, temos um índice de infestação muito alto na capital e precisamos fazer a nossa parte. Os agentes de endemias fazem a intensificação o ano inteiro e os agentes da comunidade somarão a esta ação, eliminando os criadouros do mosquito”.
Cerca de 63% dos criadouros são as caixas d’águas à nível de solo e 22% estão dentro das residências, destacou Suely Melo, secretária estadual de saúde. “Na época das chuvas temos o maior número de depósitos com água disponível, aumentando a possibilidade de o mosquito desovar. Quando temos uma grande população de mosquito e algum tipo de vírus da dengue circulando, nós temos risco eminente de epidemia. Nesse momento, há uma grande preocupação, pois surgiu o vírus 4, que nunca circulou no Acre. A população está 100% sucetível e isso pode acarretar uma epidemia sem precedentes. Estamos tomando todas as preucações para que isso não aconteça, buscando mais pessoas da comunidade para que elas consigam de fato realizar a tão sonhada sensibilização da população, para que o mosquito não possa nascer. O mosquito nasce dentro da casa das pessoas e isso é muito grave, não podemos entrar nas residências sem autorização para eliminar os criadouros”.
Leoneide dos Santos, presidente do Conjunto Valdemar Maciel, disse que a população deve tomar providências e não deixar o mosquito invadir as residências. “Há algum tempo batalhamos para combater a dengue. É muito difícil conscientizar a população da situação. Tentamos reeducar, mas não é fácil. Muitos são compreensivos, já para outros tanto faz. A culpa é do morador, que deixa o quintal com entulhos. Nós que somos responsáveis pela comunidade batemos muito na tecla da conscientização, com palestras, panfletos, no boca a boca. O único meio de lutarmos é fazendo uma corrente com a própria comunidade, com saúde e educação”.