Dados do Ministério da Saúde (MS) revelam que apenas 1 acreana fez a troca das próteses de silicone das marcas francesa PIP ou a holandesa Rofil em hospitais do Sistema Único de Saúde, entre fevereiro (quando a Anvisa recomendou o desuso das 2 marcas em questão e decidiu que o SUS faria a substituição das próteses, caso houvesse rupturas nelas) até novembro deste ano. O levantamento foi elaborado através de pedido da Redação da Folha de S. Paulo e foi divulgado pelo jornal de maior circulação nacional na edição de ontem, dia 4.
Ao todo, 88 mulheres em todo o país passaram pela cirurgia de trocas das suas próteses PIP e Rofil. O Rio Grande do Sul foi o estado que teve o maior número de mulheres que se submeteram ao procedimento, por meio do SUS. Lá, foram 38 mulheres atendidas. Na sequencia, a lista dos estados onde mais as mulheres trocaram suas próteses segue com São Paulo (16 cirurgias de substituição), Rio de Janeiro (7 cirurgias) e Minas Gerais (6 cirurgias). Assim como o Acre, o Espírito Santo, Maranhão e também tiveram apenas 1 cirurgia contabilizada.
A proibição das 2 marcas ocorreu porque elas eram fabricadas com o uso de silicone industrial (não recomendado para o uso em saúde). Por isso, tinham preço mais em conta, mas eram de pior qualidade, com o risco maior de terem rupturas. Por isso, o Governo Federal emitiu a ordem para a troca das próteses, em caso de início de rompimento, mesmo para as mulheres que colocaram o silicone por questões estéticas. Foi disponibilizada uma lista com 371 hospitais do SUS.
Não há estatísticas sobre as trocas de próteses que houveram no setor privado. Mas estima-se que o total de trocas de silicones destas marcas tenha sido 40 vezes maior do que estas cirurgias oferecidas pelo SUS (que só realiza o procedimento se houver alguma ruptura na prótese). O dado que se tem é que o Brasil importou 34.631 unidades das 2 marcas, mas apenas 10.097 próteses foram destruí-das. As outras 24.534 foram comercializadas.
